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Gasolina mais barata vai limitar inflação com aumento das contas de luz

Paulo Liebert/Estadão Conteúdo
Imagem: Paulo Liebert/Estadão Conteúdo

Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/06/2025 05h30

A redução de 5,6% do preço da gasolina para as distribuidoras chegará em breve ao bolso dos motoristas. A determinação tem potencial para aliviar a inflação deste mês, que será impactada pelo aumento das contas de energia elétrica.

O que aconteceu

Petrobras reduziu o preço da gasolina. A decisão que ou a valer hoje derrubou em R$ 0,17 o valor do litro do combustível nas refinarias, para R$ 2,85. Com a definição, a estatal calcula que o preço da gasolina foi reduzido em R$ 0,22 desde dezembro de 2022. "É o ajuste exato necessário para realinhar os preços da gasolina da Petrobras ao limite superior das faixas de preço de referência", avaliam os analistas Monique Greco e Eric de Mello, do Itaú BBA.

É uma decisão milimetricamente definida, porque está no limite do que seria possível neste momento e ajuda a imagem do governo e a ideia de que os preços estão sendo, efetivamente, monitorados pela Petrobras.
Gilberto Braga, professor do Ibmec

Defasagem da paridade internacional justificou a decisão. O último relatório da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) aponta que a paridade da gasolina no mercado nacional ou de +R$ 0,08 para -R$ 0,06 após o reajuste da Petrobras. "Sempre que estiver na segunda casa decimal, [a paridade] representa uma estabilidade", diz Gilberto Braga, professor de economia do Ibmec, sobre a medida baseada na variação de preço Brent, referência mundial do petróleo bruto, e a oscilação cambial.

Redução chegará ao consumidor final. A estimativa da Petrobras aponta para o corte de R$ 0,12 no valor da gasolina nos postos. Com base nos dados mais recentes da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o ree efetivo fará o preço médio do litro do combustível cair de R$ 6,27 para R$ 6,15.

Reajuste vai segurar avanço do IPCA. A redução deve reduzir em 0,1 ponto percentual a variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo neste mês, calcula André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). A estimativa de Braz é baseada no peso de 5,3% da gasolina sobre a renda familiar.

Alívio no bolso e respiro para o governo. A gasolina mais barata vai auxiliar na luta para conter a alta da inflação neste mês. A variação negativa ajudará a compensar o aumento das contas de luz. As tarifas de energia elétrica residencial ficarão mais caras devido à adoção da bandeira tarifária vermelha, que eleva as tarifas em R$ 4,46 a cada 100 kW/h (quilowatt-hora) consumidos.

Considerando que o IPCA de junho poderá ficar próximo de 0,3%, esse reajuste [da gasolina] encolheria a inflação que inicia o mês pressionada pelo aumento da conta de luz devido à bandeira vermelha.
André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV/Ibre

Futuro dos preços ainda traz incertezas. Braga diz ser necessário manter o acompanhamento da evolução das guerras no Oriente Médio e no Leste Europeu e das estimativas de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para saber o destino do Brent. "É o que interfere diretamente nos preços da Petrobras", explica o professor.

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