Topo
Entretenimento

Cupertino é condenado a 98 anos por matar ator Rafael Miguel e família

Weslley Neto e Alexandre Cavalcante
do UOL

De Splash e Colaboração para Splash, em São Paulo

30/05/2025 20h31Atualizada em 30/05/2025 22h33

Paulo Cupertino foi condenado pela morte de Rafael Miguel e os pais do ator, Miriam Silva e João Miguel. Ele foi condenado a 98 anos, em regime inicialmente fechado.

O que aconteceu

Sete jurados — quatro homens e três mulheres — se reuniram hoje no fórum criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, para a conclusão do julgamento. Todos os jurados votaram a favor da condenação.

Paulo acompanhou o debate dos advogados, mas não ficou para ouvir a sentença.

Os familiares de Rafael comemoram e aplaudiram a decisão. Logo após o anúncio, apenas a família das vítimas permaneceu no plenário.

Os outros dois réus, Eduardo José Machado e Wanderley Antunes, acusados de terem ajudado na fuga do empresário, foram absolvidos.

O que diz o MP

Thiago Marin e Rogério Zagallo, promotores do MP, representaram a acusação. Durante interrogatório realizado ontem, Paulo Cupertino os desafiou a provarem que ele era o responsável pelos homicídios.

MP alega que Paulo tinha posse legal de arma do mesmo calibre utilizada para cometer o crime. Segundo eles, laudos apontam que a munição corresponde foi encontrada em escritório de Cupertino.

Por que uma testemunha precisaria fugir, buscar documentos falsos e contratar um advogado criminalista se não é culpado?
Rogério Zagallo, do MP

Irmão de Cupertino afirmou que Paulo apresentou motivo para matar a família. Joel Cupertino disse, em depoimento, que Paulo estava "no veneno" após o pais de Rafael Miguel terem incentivado Isabela Tibcherani a fazer um suposto teste como atriz para uma produção.

Joel 'sumiu' com imagens de câmera presente no local, segundo o MP. Pessoas próximas a ele afirmaram em depoimento que apenas Joel tinha o às imagens.

Acusação também mostrou conversas entre Paulo Cupertino e Wanderley Antunes via WhatsApp. Wanderley, assim como Eduardo Machado, são réus no mesmo processo acusados de colaborarem durante a fulga do suspeito de assassinato.

O que diz a defesa de Cupertino

A defesa, liderada pela advogada Mirian Nunes Souza, segue defendendo a tese de que Paulo Cupertino não cometeu crimes. Ela afirma que as provas apresentadas não são consistentes para uma condenação.

Advogada afirma que não foi realizado exame de corpo e delito logo após o crime. Dessa forma, a defesa de Paulo teria sido prejudicada por esta "inconsistência processual".

As testemunhas não viram o crime e são consideradas oculares. Elas dizem ter escutado os tiros, mas não viram nada
Mirian Nunes Souza, advogada de Cupertino

Defesa mostrou vídeo de Isabela Tibcherani em podcast. Tese apresentou que a jovem "ganhou fama" com o caso — citando comentários realizados em redes sociais. "Quer dizer que ela estava em paz enquanto Paulo estava foragido? Mas esse pai não é considerado perigoso?", questionou a defesa ao analisar uma fala de Isabela.

Advogadas leram cartas de familiares de Cupertino, que estava visivelmente emocionado durante o ato. Uma sobrinha destacou, segundo o documento, que o tio era "amável" e "amava pessoas, animais e a natureza".

Defesa argumentou que Paulo fugiu pela insegurança e criticou ampla cobertura da imprensa. Durante o julgamento, foram apresentadas notícias que acusavam Paulo Cupertino de cometer crimes que não foram comprovados.

Cupertino está preso desde maio de 2022. Ele ou quase três anos foragido antes de ser capturado pela polícia.

Entretenimento