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'Hit-tok': singles cada vez mais curtos dominam o universo do K-pop

A Era do Hit-tok: singles cada vez mais curtos e com foco no refrão - Camila Monteiro/Arte UOL
A Era do Hit-tok: singles cada vez mais curtos e com foco no refrão Imagem: Camila Monteiro/Arte UOL
do UOL

Camila Monteiro

Colaboração para Splash, em Pelotas (RS)

09/06/2025 19h21

Não é nenhuma novidade que as músicas estão ficando cada vez mais curtas na era dos streamings e do TikTok. Esse movimento não acontece só no K-pop, mas na música pop de forma geral e faz sentido ao analisarmos as tendências fonográficas de diferentes épocas.

Nos anos 1950, as músicas também tinham menos de 3 minutos, e a razão principal era técnica: os discos de vinil não comportavam mais do que um período curto (menos de 5 minutos) sem uma perda grande de qualidade. Dessa forma as músicas da época foram se adaptando.

As décadas seguintes viram artistas consagrados experimentando musicalmente, criando músicas com mais de cinco minutos e fazendo as rádios se adaptarem, mas a verdade é que sempre houve versões 'para rádio', encurtadas, sem ultraar três minutos e meio, feita para se adequar à programação e para as pessoas não mudarem de estação.

Agora, com a "tiktokização" das músicas, voltamos às músicas curtas, com estruturas diferentes —muitas vezes começando pelo refrão—, pensadas em momentos virais e reprodução contínua em playlists.

O problema? No K-pop, temos grupos com vários artistas, e as músicas perdendo quase um minuto de duração fazem com que alguns integrantes desapareçam das composições. O que já era ruim ficou ainda mais escasso. Os solos, que antes eram desejados para ver um outro lado dos artistas, agora se tornou necessário para os fãs escutarem seus ídolos cantando mais do que 30 segundos.

A coreografia também foi afetada, com versões mais fáceis para serem copiadas e furarem a bolha do K-pop. Assim como nos anos 1960 e 1970, vamos esperar para ver quem serão os artistas que irão se rebelar e criar canções com mais do que 2 minutos e 59 segundos.

Livro da semana: "Aos Prantos no Mercado"

Escrito inicialmente como um artigo da revista New Yorker, em 2018, "Aos Prantos no Mercado" virou livro em 2021. Nele, Michelle Zauner conta com detalhes suas aventuras no mercado sul-coreano dos Estados Unidos, o H Mart, enquanto costura pedaços da sua vida e do relacionamento que tem com a mãe.

No Brasil, ele foi traduzido e publicado pela Fósforo em 2022 e, em pouco menos de 300 páginas, nos mostra a importância das pequenas coisas cotidianas da nossa vida —como cozinhar— que criam laços profundos não somente na criação de identidade, como na construção entre o relacionamento mãe e filha.

Michelle, mais conhecida por ser vocalista e guitarrista da banda indie Japanese Breakfast, nasceu na Coreia do Sul. Com mãe coreana e pai americano, ela se mudou para Oregon (EUA) ainda bebê. Nesse diário repleto de reflexões a artista conta sobre sua trajetória como asiática-americana e, principalmente, sobre a relação dela com a mãe, que estava ando por um câncer terminal.

A forma como Zauner compartilha seus aprendizados na cozinha, conectando com acontecimentos que peram infância, adolescência e vida adulta, o amor pela música, a força da mãe de imigrar para um país sem falar a língua, é tocante e desperta sentimentos universais no leitor.

O livro, potente e triste, é um tributo à sua mãe, à cultura, à culinária e às pessoas que choram publicamente no mercado.

Momento Dramas

"World Of Street Woman Fighter"
Competições de dança fazem muito sucesso na Coreia com o público que acompanha o K-pop. Isso porque muitos idols começam treinando com coreógrafos famosos, que acabam criando danças de hits que viralizam nas redes sociais. A Mnet viu a chance de mostrar esses talentos competindo e deu certo com o programa "Street Woman Fighter", agora na versão mundo, com times competindo pela vitória. "World Of Street Woman Fighter", 2025 | Criação - Mnet | Elenco - Sung Han-bin, Danica, Heels, Reihata, Lip J | Onde - YouTube | País - Coreia do Sul

"Meus Clientes Fantasmas"
Com um elenco afiado encabeçado pelo ator Jung Kyung-Ho ('Hospital Playlist'), temos um drama que mistura o sobrenatural, casos de tribunal e uma dose de melodrama e histórias tristes que nos fazem pensar. O protagonista é um advogado trabalhista que quase morre em um acidente. Depois do ocorrido, ele começa a ver fantasmas e, com uma equipe, trabalha para ajudá-los. A trama mistura comédia e drama. "Oh My Ghost Clients", 2025 | Criação - MBC | Elenco - Jung Kyung-ho, Seol In-ah, N | Onde - Netflix | País - Coreia do Sul

Boys Love: "The Next Prince"
Depois de muita demora e investimento pesado da Domundi e Mandee Channel, um dos casais mais populares do mundinho BL, Zee e Nunew, voltaram em grande estilo, com "O Diário da Princesa" versão gay e thai! Além de acompanharmos o drama de um príncipe tendo que aprender tudo do zero, temos o romance com o segurança, intrigas de poder e um casal secundário BDSM! Seis de seus 14 episódios já estão disponíveis. "The Next Prince", 2025 | Criação - Mandee Channel | Elenco - Zee, Nunew, Jimmy, Ohm, Net e JJ | Onde - iQIYI | País - Tailândia

GERAÇÕES K-POP

LOONA vive apesar do fim do grupo

Com uma estratégia nova no mercado até então, a empresa sul-coreana BlockBerry Creative lançou as integrantes do grupo LOONA, de 2016 até 2018, combinando solos com units para introduzir o grupo aos poucos e fazer o público se interessar mais pelo debut.

A estratégia deu muito certo e, antes mesmo de LOONA oficialmente debutar, o universo criado, as músicas lançadas e as próprias integrantes já tinham conquistado iradores e uma sólida base de fãs, mais tarde chamados de orbits.

Com um show especial em comemoração ao nascimento do grupo, o "LOONABIRTH" aconteceu com as 12 artistas se apresentando em 2018, junto com o disco "++" e os singles "Favorite" e "Hi High". Foi só em 2020, com o single "So What", que o grupo teve sua primeira vitória em um programa semanal sul-coreano, no MCountdown.

A partir de 2022, ano em que o grupo participou do reality show "Queendom" e sofreu uma série de problemas com a primeira turnê mundial do grupo, a "LOONATHEWORLD". Foi nesse ano que a empresa removeu Chuu do grupo, alegando linguagem violenta e tratamento inadequado com o staff.

Depois do ocorrido, todas as integrantes do grupo entraram com um processo contra a empresa para suspender o contrato por não confiarem mais na Blockberry, que negou todas as acusações.

Entre vitórias, derrotas e mais vitórias na Corte de Seul, todas as integrantes conseguiram invalidar o contrato com a Blockberry e foram para outras empresas com novos projetos, solo (Chuu e Yves) ou em grupo (ARTMS e Loossemble). Em 2024, a Blockberry desativou o website oficial e saiu do prédio em que ficava, com a mídia presumindo que a empresa fechou.

Manda pra gente!
Tem história inesquecível com seu idol? ou perrengue para ir a algum show? Mande seu relato com foto e/ou vídeo: [email protected].

Playlist
ENHYPEN, Triple S, Mark Tuan, STAYC e Jaechan. Ouça a seleção de Splash com os maiores destaques do Universo K-Pop.

Programe-se

Segunda

  • ITZY - Lança 'Girls Will Be Girls' (décimo miniálbum)
  • Doyoung (NCT 127) - Lança 'Soar' (segundo álbum)
  • Kiss Of Life - Lança '224' (quarto miniálbuml)
  • izna - Lança 'BEEP' (single álbum)

Quarta

  • Solar (Mamamoo) - Lança 'Floating Free' (single)
  • DAYCHILD - Lança 'Click Clack' (terceiro álbum single)

Sexta

  • ATEEZ - Lança 'GOLDEN HOUR: Part. 3' (décimo segundo miniálbum)
  • J-Hope (BTS) - Lança 'Killin' it Girl' com GloRilla (single digital)
  • XLOV - Lança 'I ONE' (segundo single álbum)
  • ARTMS - Lança 'Club Icarus' (segundo álbum)
  • n.SSign - Lança 'Itty Bitty' (álbum especial)

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