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Stabile detalha conversa com organizadas em invasão à sede do Corinthians e comenta reivindicações

03/06/2025 21h46

A terça-feira foi agitada no Parque São Jorge. Torcedores de seis organizadas do Corinthians invadiram a sede social para protestar contra a istração do clube. Os membros conversaram com Osmar Stabile, presidente interino do Timão, que atendeu à imprensa horas após o fim do episódio.

Membros da Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra exigiram mudanças na política do Timão. De acordo com Stabile, a conversa com os organizados foi amistosa. Vice-presidente do Corinthians, Armando Mendonça também esteve presente.

"Eu soube do que aconteceu lá comigo. Não sei se aconteceu algo aqui fora depois. Se tiver algum problema, é problema de polícia, não é problema meu. Tenho que fazer a minha parte. (...) O que eu soube é que viriam para cá no momento em que chegaram aqui na porta do Corinthians. Com a maior tranquilidade, como eu disse, temos que atender todos os interessados", declarou Stabile.

O presidente interino, então, foi questionado se essa seria a segunda invasão no Parque São Jorge em menos de uma semana. No último sábado, Augusto Melo invadiu a sala de presidência do clube e tentou reassumir o poder por meio de um ofício com base na decisão de Maria Angela de Souza Ocampos, que se autodeclarou presidente do Conselho Deliberativo.

"Essa, na verdade, não é a segunda invasão. Tivemos uma invasão no sábado, e hoje vieram para conversar. Colocaram as reivindicações do que eles querem, e estamos aqui para atender todos os stakeholders. Temos que estar à disposição. Quem quer ser presidente do Corinthians tem que saber que essas coisas acontecem normalmente, e temos que atender", analisou Stabile.

As reivindicações das organizadas

Após a ação no Parque São Jorge, o presidente da Gaviões da Fiel, Alexandre Domênico Pereira, o Alê, revelou que Stabile prometeu que mais nenhum empresário estaria no CT da base. A declaração foi reforçada pelo interino, que disse estar reforçando a segurança da base para evitar que isso aconteça.

Além disso, uma das principais mudanças exigidas pelos organizados foi a mudança no estatuto do clube. Alê chegou a dizer que o "modelo em que 4 mil pessoas decidem o futuro do Corinthians está ultraado". No entanto, Stabile explicou que a alteração no estatuto só pode ser feita pelo Conselho Deliberativo.

"O presidente do Corinthians não tem autonomia para mudar o estatuto. Ele é mudado dentro do Conselho Deliberativo. Têm as comissões que trabalham para isso e já foi conversado com todas as áreas. A torcida também já participou e disse o que gostaria que fosse, e aí tem que levar pro CD para votação. O CD que vai dizer de que forma vai ser. Se alguém tiver proposta para colocar, é só procurar o presidente do Conselho e colocá-la lá", apontou.

Outra cobrança das organizadas foi com relação à volta de diretores de antigas gestões à atual diretoria do Corinthians. Na última segunda-feira, Stabile anunciou nomes como Emerson Piovesan, que atuou na gestão Roberto de Andrade entre 2015 e 2017, e Carlos Roberto Auricchio, o Nenê do Posto, que chefiou a base junto de outros dois diretores entre 2017 e 2018.

"Temos um tempo curto de gestão. Se eu fosse pegar uma pessoa que não tem conhecimento, eu teria que fazer uma integração, o que poderia demorar um tempo maior, e não tenho esse tempo. Tenho que pegar pessoas que conhecem, que são pessoas limpas, que eu sei, e que podem nos ajudar. A pessoa vai chegar rapidamente na base e tomar as providências. O importante é saber que nós temos uma filosofia de trabalho, e se essa pessoa se enquadra na filosofia de trabalho", finalizou o mandatário.

Entenda o episódio

As organizadas estiveram no Parque São Jorge na tarde desta terça-feira e chegaram por volta das 17h (de Brasília). Em nota, afirmaram que o protesto aconteceu de forma pacífica "para que, de fato, esse cenário não continue a se repetir e a prejudicar ainda mais o SC".

Vídeos divulgados pela Gaviões da Fiel mostraram uma faixa com a frase "Luto, fechado por má istração" pendurada no portão de entrada do Parque São Jorge. Além disso, os membros das organizadas entraram na sede social e trancaram o portão com um cadeado.

Pouco tempo após a invasão, a Polícia Militar foi acionada e se direcionou ao Parque São Jorge. O portão do estacionamento foi liberado. A catraca de o de pedestres não foi afetada, permitindo que os sócios entrassem e saíssem do clube normalmente.

Cerca de uma hora e meia após a invasão, os torcedores organizados deixaram as dependências do Parque São Jorge.

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