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Atirador de casal israelense sentou-se com convidados após o crime

Dois funcionários da embaixada de Israel foram baleados e mortos quando saíam do Museu Judaico em Washigton DC - Jonathan Ernst/Reuters
Dois funcionários da embaixada de Israel foram baleados e mortos quando saíam do Museu Judaico em Washigton DC Imagem: Jonathan Ernst/Reuters
do UOL

Do UOL, em São Paulo

23/05/2025 11h19

Logo após o ataque, o suspeito de atirar contra os dois funcionários da embaixada israelense se sentou junto aos convidados do evento que ocorria no Museu Judaico, em Washington, e foi até acalmado por algumas pessoas, que acreditaram que ele estivesse assustado com a violência.

O que aconteceu

Elias Rodriguez, de 31 anos, entrou correndo no prédio, sem fôlego e de terno azul depois do tiroteio. O homem, morador de Chicago, é acusado de ter matado Yaron Lischinsky e Sarah Lynn Milgrim na saída do local, perto do escritório da agência de campo do FBI, na noite de quarta-feira (21).

Uma das convidadas até ofereceu um copo de água para ele, achando que buscava refúgio da violência. Paige Siegel, uma advogada de 30 anos e apoiadora de Israel que participava de um evento de networking no museu, contou ao The Washington Post que se sentou ao lado do atirador e perguntou se ele estava bem.

Suspeito ficou sentado por alguns minutos, abalado e resmungando sobre chamar a polícia. A advogada relatou que considerou o homem uma ''pessoa normal com quem você se depara na rua''. Mas, conforme o tempo ava, um pensamento começou a surgir em sua cabeça: ''E se ele fez isso?''.

Em determinado momento, Elias se levantou e começou a gritar. ''Eu fiz isso, eu fiz isso por Gaza. Palestina livre'', teria dito. Na sequência, ele foi detido pelos policiais. Ontem, o suspeito foi acusado de dois homicídios em primeiro grau e homicídio de autoridades estrangeiras.

Quem é o atirador

Sem antecedentes criminais, Elias nasceu e cresceu em Chicago. Ele é filho de um sargento da Guarda Nacional de Illinois, que foi recrutado para o Iraque durante a guerra no país em 2003. Formado em Letras pela Universidade de Illinois, já trabalhou para a Associação Americana de Informação Osteopática, ajudando a verificar informações de médicos para um banco de dados.

Homem tinha histórico de ativismo. Segundo a imprensa americana, ele pode ter sido filiado a grupos marxistas-lenistas. O PSL, partido dos EUA para o Socialismo e Liberação, informou pelas redes sociais que ele teve uma breve ligação com um dos braços do grupo. No entanto, a legenda afirmou que não tem nenhum contato com ele há mais de sete anos. ''Não temos nada a ver com esse tiroteio e não o apoiamos'', escreveram.

Ele teria publicado uma carta horas antes do tiroteio. Investigadores analisam a publicação de um suposto perfil do suspeito no X, em que acusa Israel de ''genocídio''. ''Eu amo vocês, mãe, pai, irmãzinha, o resto da minha família'', dizia a mensagem, destacando também a frase ''Palestina Livre''.

Um vizinho, John Wayne Fry, descreveu o homem ao The Washington 'como 'quieto e amigável'' . Na porta do apartamento de Elias, há um símbolo da Hello Kitty e, em uma das janelas, uma placa dizendo ''Justiça para Wadea''. Trata-se de uma aparente referência ao assassinato de Wadea Alfayoumi, um menino palestino-americano de seis anos que foi esfaqueado até a morte por um homem nos arredores de Chicago em 2023.

Principal linha de investigação diz se tratar de antissemitismo

Sarah Lynn Milgrim e Yaron Lischinsky, funcionários de embaixada de Israel em Washington, foram mortos do lado de fora de museu judaico - @Israel/x - @Israel/x
Sarah Lynn Milgrim e Yaron Lischinsky, funcionários de embaixada de Israel em Washington, foram mortos do lado de fora de museu judaico
Imagem: @Israel/x

Vítimas eram um jovem casal prestes a ficar noivo. "O jovem havia comprado um anel esta semana para pedir sua namorada em casamento na próxima semana em Jerusalém", disse o embaixador de Israel nos Estados Unidos, Yechiel Leiter.

O presidente dos EUA, Donald Trump, expressou condolências às famílias das vítimas. "Esses assassinatos horríveis em DC, claramente motivados por antissemitismo, precisam acabar. O ódio e o radicalismo não têm lugar nos Estados Unidos".

O embaixador israelense, Danny Danon, classificou o incidente como ato de terrorismo antissemita. "Prejudicar a comunidade judaica é cruzar a linha vermelha. Estamos confiantes de que as autoridades americanas tomarão medidas enérgicas contra os responsáveis por esse ato criminoso".

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou reforço da segurança das missões diplomáticas de seu país em todo o mundo. Ele atribuiu o ataque à "selvagem incitação" à violência "contra o Estado de Israel".

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