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Zelensky propõe reunião trilateral entre Kiev, Washington e Moscou para negociar cessar-fogo

28/05/2025 07h30

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, propôs uma reunião trilateral com Donald Trump e Vladimir Putin, para avançar nas negociações de paz com Moscou. A Rússia lançou um grande ataque de drones contra a Rússia durante a noite.

"Estamos prontos para o formato Trump-Putin-eu", disse Zelensky na terça-feira, em uma coletiva de imprensa tornada pública na manhã de quarta-feira (28).

O presidente russo rejeitou o convite de Zelensky para um encontro na Turquia em meados de maio. O Kremlin afirmou que participaria de uma reunião com Kiev somente após um "acordo" ser alcançado.

"Se Putin não se sentir confortável com uma reunião bilateral, ou se todos quiserem uma reunião trilateral, isso não me incomoda. Estou pronto para qualquer formato", acrescentou Zelensky.

O líder ucraniano chegou a Berlim na quarta-feira para se encontrar com o novo chanceler alemão, Friedrich Merz, um de seus mais fervorosos apoiadores.

"Lentos demais"

O presidente dos EUA expressou sua frustração com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, que, segundo ele, são "lentos demais para chegar a um acordo" para encerrar os combates.

Depois de já ter declarado no domingo (25) que Putin havia "enlouquecido completamente", Donald Trump ficou ainda mais irritado na terça-feira (27).

"O que Vladimir Putin não entende é que, sem mim, a Rússia estaria ando por muitas coisas muito ruins, e quero dizer, MUITO RUINS. Ele está brincando com fogo!", escreveu em sua rede social Truth.

Ataque com drones

A Rússia, que ocupa aproximadamente 20% do território ucraniano, sofreu um dos maiores ataques aéreos desde o início da guerra na noite de terça-feira, envolvendo quase 300 drones ucranianos.

O alvo principal do ataque era Moscou, interrompendo o tráfego em vários aeroportos, mas sem provocar grandes danos.

O Ministério da Defesa russo anunciou no Telegram que suas defesas aéreas "destruíram e interceptaram 296 drones ucranianos" durante a noite de terça-feira e a madrugada desta quarta-feira.

O presidente ucraniano também apelou para Washington impor novas sanções contra a Rússia, que até agora rejeitou a ideia de um cessar-fogo de 30 dias proposto pelos Estados Unidos e apoiado por Kiev.

"Esperamos sanções dos Estados Unidos", especialmente contra o "setor energético e o sistema bancário" da Rússia, disse Zelensky. Segundo a mídia americana, Donald Trump pode anunciar novas sanções ainda esta semana.

Zona-tampão 

Segundo o presidente ucraniano, Kiev ainda não recebeu de Moscou o "memorando" mencionado pela Rússia na semana ada, que supostamente delinearia as condições russas para um acordo de paz duradouro. "Leremos suas propostas e certamente as responderemos" assim que forem recebidas, afirmou.

A diplomacia russa informou que transmitirá este documento a Kiev assim que a troca de prisioneiros for finalizada. No último fim de semana, prisioneiros dos lados russo e ucraniano foram libertados e voltaram para seus países, como havia sido decidido na Turquia.

Volodymyr Zelensky também afirmou que Moscou estava concentrando mais de 50.000 soldados perto da região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, em preparação para uma possível ofensiva contra este território fronteiriço. Moscou afirma querer criar uma "zona-tampão" para impedir incursões de Kiev na região.

A Rússia quer "repelir nossas tropas da região de Kursk", localizada do lado russo, "e preparar uma ofensiva na região de Sumy", enfatizou, garantindo que as tropas ucranianas "permanecerão" em Kursk "pelo menos" até que uma trégua duradoura seja alcançada.

O exército ucraniano lançou uma ofensiva surpresa na região russa de Kursk em agosto ado, mas desde então perdeu quase todo o território que controlava.

(Com AFP)

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