Ao declarar que a esquerda precisa eleger maioria no Senado em 2026, senão "esses caras vão avacalhar" o STF, o presidente Lula demonstra preocupação com o avanço da ala da direita já de olho nas eleições, disse Denilde Holzhacker, cientista política da ESPM no UOL News de hoje.
O presidente demonstrou um pouco, acho que na fala sobre a aliança com o PSB, mas também aqui na discussão sobre quais são os candidatos competitivos, demonstrou que já está preocupado com 2026, o foco já é entender como que vai ser o jogo e quais são os principais pontos que vão estar na disputa.
O Senado é importante não só pela capacidade de criar problemas e criar situações para um governo, mas também mostra que há uma preocupação do próprio e uma avaliação do governo de que é possível que tenha um avanço da direita no Senado.
E se a gente olha para a eleição de 2024, em que em alguns setores, em alguns estados, o avanço da direita foi bastante predominante, então mostra aqui a preocupação em como fazer e quais os principais pontos que o governo vai ter que lidar se tiver, se caso eleito, e ele fez também uma declaração dizendo que ele está muito bem para ser candidato e que vai ser um candidato competitivo.
Denilde Holzhacker
A especialista alertou ainda que, além da preocupação, o governo mostra também sua fragilidade em conseguir apresentar candidatos competitivos para as eleições, o que deve levar a articulações políticas.
Então mostra a preocupação, mas mostra também a fragilidade que o governo tem em conseguir ter candidatos competitivos para as eleições majoritárias e acho que esse é um ponto que deve de fato levar a pensar em articulações, e é o que a gente está vendo quando a gente olha para as discussões em cada um dos estados.
De fato, se você olhar, por exemplo, São Paulo, os candidatos para o Senado têm uma força grande, há uma discussão de candidaturas do lado mais à direita que se contrapõe a quem seriam os candidatos do lado progressista ou da esquerda.
Então acho que aqui, de fato, o governo está olhando e já se articulando para conseguir ter força para estratégias para além do que geral a gente está acostumado no debate pré-eleitoral, é entender quais são os nossos pontos mais frágeis e como a gente pode ser particular e antecipar o jogo que já está também no campo da direita bastante avançado.
Denilde Holzhacker
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