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Crescimento do crédito no Brasil tem sinais leves de desaceleração no 1º tri, diz ata do Comef

04/06/2025 08h54

SÃO PAULO (Reuters) - O Comitê de Estabilidade Financeira do Banco Central (Comef) apontou que o crescimento do crédito no Brasil mostrou sinais leves de desaceleração no primeiro trimestre de 2025, tanto no sistema financeiro quanto no mercado de capitais, de acordo com a ata da mais recente reunião do grupo, em 27 e 28 de maio.

No documento divulgado nesta quarta-feira, o Comef observou, por outro lado, que o ritmo de crescimento do crédito amplo segue "historicamente elevado", apesar de condições restritivas, que incluem a taxa básica de juros alta e o elevado endividamento de famílias e empresas.

Segundo o Comef, esse ritmo de crescimento acompanha a atual resiliência da atividade econômica.

"Apesar da leve desaceleração na margem, o crédito amplo continua com forte crescimento, em um ambiente marcado por elevação da taxa básica de juros e alto endividamento de famílias e empresas", disse o Comef na ata da reunião.

No mês ado, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, deixando o movimento da reunião deste mês em aberto.

O Comef destacou que a desaceleração no primeiro trimestre pode ser observada, entre pessoas físicas, no crédito não consignado e no financiamento de veículos, com uma queda "mais forte" no crédito rural.

Já em relação às pessoas jurídicas, houve estabilidade no ritmo de crescimento do crédito bancário, após a aceleração vista em 2024.

Sobre os riscos ao cenário de crédito, o Comef relatou que a materialização de risco para micro e pequenas empresas segue elevada, enquanto para as famílias notou-se que as modalidades de crédito de maior risco continuam crescendo em ritmo maior que as modalidades de menor risco.

"O comprometimento de renda e o endividamento das famílias permanecem elevados e em trajetória ascendente, especialmente entre as faixas de menor renda", completou o Comitê.

Por fim, o Comef indicou como outro ponto de atenção os riscos no cenário global, que podem provocar a reprecificação de ativos, com agravamento das incertezas sobre o ritmo da atividade, da extensão dos juros elevados, da sustentabilidade fiscal, das políticas comerciais e dos eventos geopolíticos.

"O Comitê está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais."

(Por Fernando Cardoso)

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