Moraes abre inquérito para investigar Zambelli por obstruir investigação

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou hoje a abertura de um inquérito para apurar se a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) cometeu os crimes de obstrução de investigação e coação no curso do processo.
O que aconteceu
Ministro mandou abrir investigação após Zambelli sair do país. Segundo Moraes, as declarações da deputada em entrevistas indicam fuga e reiteração das condutas criminosas de atentar contra as instituições.
Moraes determinou que o Banco Central informe os valores e remetentes de Pix enviados a Zambelli nos últimos 30 dias. Ele também mandou a Polícia Federal monitorar os perfis da deputada nas redes sociais e preservar o conteúdo que tenha relação com a investigação.
Ministro deu prazo de dez dias para a PF ouvir a parlamentar. Como ela está fora do país, poderá prestar depoimento por escrito.
Deputada a a ser investigada pelos mesmos crimes que Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na decisão, Moraes ressalta que Zambelli citou atuação do deputado nos Estados Unidos, disse que o caminho no país já está "asfaltado" por ele e por isso iria para a Europa. Para o ministro, a deputada pretende adotar o mesmo "modus operandi" do filho do ex-presidente para descredibilizar instituições brasileiras e tentar coagir investigações.
Decisão cita mentiras de Zambelli sobre urnas eletrônicas e o fato de ela ter transferido as redes sociais para a mãe. "A ré anunciou que transferiu as suas redes sociais para a sua mãe, para instrumentalizá-la e voltar a propagar notícias fraudulentas sobre o processo eleitoral no Brasil, inclusive no que diz respeito às alegações infundadas de ausência de confiabilidade das urnas", diz Moraes.
As diversas entrevistas da ré, em 3/6/2025, indicam que a sua fuga do território nacional se reveste, além da tentativa de impedir a aplicação da lei penal, também, na reiteração das condutas criminosas de atentar contra as Instituições, por meio de desinformação para descredibilizar das instituições democráticas brasileiras e de interferir no andamento de processos judiciais em trâmite nesta Corte. Alexandre de Moraes, ministro do STF
Moraes determinou a prisão preventiva de Zambelli na manhã de hoje, após pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). Para o ministro, é claro que a deputada saiu do país para fugir da aplicação da pena.
Ela foi condenada pelo STF a dez anos de prisão e perda de mandato por uma invasão hacker ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Mais cedo, a PF encaminhou à Interpol o pedido para inclusão da deputada na lista vermelha, que funciona como um alerta para localização e prisão de foragidos.
Em nota, a deputada chamou de "ilegal" e "autoritária" a ordem de Moraes para prendê-la. "Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu", disse.