Nova tarifa de Trump sobre o aço vai encarecer produto, diz Alckmin
A nova sobretaxa sobre o aço e o alumínio, que agora atinge 50%, foi anunciada menos de três meses da imposição da primeiras tarifas, então em 25%, sobre os mesmos produtos.
A taxação definida pelo governo dos EUA é uma forma de protecionismo às siderúrgicas americanas, que am a concorrer em vantagem com produtos importados que chegarão mais caros aos Estados Unidos. Esta tem sido a política comercial adotada pelo governo estadunidense desde o início do segundo mandato de Donald Trump, sob alegação de forçar uma reindustrialização do país.
Empresas brasileiras
Em nota, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) manifestou preocupação com a nova sobretaxa e pediu ações amplas do governo brasileiro para lidar com o novo cenário em que medidas protecionistas devem conviver com agendas industriais mais coordenadas.
"É necessário um duplo movimento: por um lado, cautela e calibração na adoção de medidas emergenciais de mitigação - como o fortalecimento dos instrumentos de defesa comercial e ajustes tarifários para coibir práticas desleais e desvios de comércio; por outro, visão estratégica para reposicionar o Brasil na nova geografia da cadeia global do alumínio, com base em suas vantagens competitivas estruturais", disse a entidade.
Já o Instituto Aço Brasil, que representa as empresas do setor, afirmou em nota, divulgada na terça-feira (3), que é preciso manter esforços para reconstruir o mecanismo de cotas que permite que quantidades determinadas de aço entrem nos EUA sem tarifas comerciais. Segundo a entidade, a taxação é um problema para a própria indústria norte-americana, que será prejudicada.
"Mais uma vez, o Aço Brasil reforça que a retomada das exportações de aço aos Estados Unidos nas condições vigentes até março atende não somente o interesse da indústria de aço brasileira, mas também da indústria de aço norte-americana. As usinas norte-americanas demandaram quase 6 milhões de toneladas de placas de aço em 2024, das quais 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil. O não reestabelecimento do acordo será prejudicial a ambos os países, razão pela qual o Aço Brasil mantém sua confiança na continuidade do diálogo entre os dois governos, de forma a retomar o fluxo de produtos de aço para os Estados Unidos."