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'Se não tiver dinheiro, não se planta árvores', diz CEO de agência ESG

do UOL

Do UOL, em São Paulo

05/06/2025 05h30

A falta de crescimento profissional fez Dilma Campos, 54, apostar no empreendedorismo com a agência de comunicação e sustentabilidade Nossa Praia, em 2013. Negra e com mais de 40 anos, ela percebia que se encaixa nas frestas do mercado de trabalho, mas não alcançava nos cargos como seus colegas, contou no "Divã de CNPJ".

Empreender, para Dilma, era o espaço para criar suas oportunidades e abrir mercado para o perfil de pessoas que não participavam do mercado de trabalho que ela frequentava.

Essa possibilidade de ter um negócio que nascesse desse lugar de pensamento diferente e que pudesse escalonar entregas, valores, era esse um lugar do empreendedorismo. Então, pra mim, empreender era um verbo.Dilma Campos

Bailarina, a empreendedora começou sua carreira fora do mundo artístico nas agências de comunicação, coordenando a produção e o espaço atrás dos palcos para que os eventos de marca saíssem como planejado.

Sem a possibilidade de se formar na área de comunicação, Dilma cursou odontologia e continuou trabalhando com publicidade, no planejamento estratégico e formulação de eventos dentro das agências e na direção de produção.

No seu primeiro o como empreendedora, a possibilidade de vender o negócio desfez a sociedade que Dilma mantinha e a deixou sem trabalho após os 40 anos. Com a Nossa Praia, ela retomou algumas habilidades que exercia como contratada no ambiente corporativo, criando eventos que se convertem em impacto social, ambiental e de reputação para marcas.

Com a Nossa Praia, a comunicadora encontrou o crescimento que buscava em outras empresas: trabalhando com impacto e promoção de inclusão no mercado de trabalho.

Quando eu comecei a empreender, eu entregava o que eu fazia no mercado corporativo, mas eu não tinha visão do quanto aquilo poderia escalar, do quanto poderia ter impacto, não só social, como o impacto de empregar outras pessoas e ter outras vidas naquele sistema.Dilma Campos

'ESG é lucrar e regenerar ao mesmo tempo

Qualquer empresa precisa de recursos naturais ou sociais (humanos) para chegar ao seu objetivo final. istrar esses recursos ao longo das atividades do negócio, levando em conta questões sociais e ambientais, é o que o mundo corporativo chama de ESG (governança social e ambiental).

Área em que a empreendedora Dilma Campos, convidada do Divã de CNPJ, atua com a agência de comunicação e sustentabilidade "Nossa Praia".

Enquanto empresas que se preocupam com sustentabilidade e diversidade tem suas atividades questionadas, para Dilma, quem pensa em seu negócio a longo prazo considera essas práticas como parte do negócio. "Pra mim, é lucrar e regenerar ao mesmo tempo", diz. "Se não tiver dinheiro, não se planta árvores".

Ao mesmo tempo em que grandes multinacionais fecharam departamentos de diversidade, a especialista vê com bons olhos a iniciativa das empresas que decidiram colocar suas ações em equipes de governança e de estratégia, que estão mais próximas do dinheiro das empresas.

Para mim está no lugar certo. O que adianta você ter um departamento que corre longe da governança, do financeiro, porque o ESG é uma sigla do mercado financeiro. Como é que você separa um departamento daquilo que move o mundo, que é o dinheiro?Dilma Campos

A especialista defende que as empresas consideram suas políticas de sociais e de sustentabilidade como um dos fatores que colaboram com o lucro das operações. "Aquilo não era levado como um negócio. Quando você começa a juntar 'isso também é trazer impacto social', isso aqui também é trazer sustentabilidade ambiental, isso também é governança'. Está muito claro que uma boa governança gera mais lucro para a empresa".

Divã de CNPJ no UOL:

Novos episódios do videocast sobre empreendedorismo apresentado por Facundo Guerra ficam disponíveis às terças no Canal UOL na TV e às quintas no YouTube e nas plataformas de áudio. Assista ao programa completo com Dilma Campos

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