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Menores são vítimas de 'nudes fake' em colégio particular de Belo Horizonte

Colégio Santa Maria Minas unidade Floresta, em Belo Horizonte - Reprodução/Google Street View
Colégio Santa Maria Minas unidade Floresta, em Belo Horizonte Imagem: Reprodução/Google Street View
do UOL

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

05/06/2025 12h54

Imagens de menores de idade, alunas de colégios particulares de Belo Horizonte, estão sendo modificadas por meio de inteligência artificial para a criação e comercialização de "nudes fake". Ontem, um grupo de pais e responsáveis denunciou o caso à polícia.

O que aconteceu

Alunos do Colégio Santa Maria Minas estariam pegando imagens de colegas e modificando por meio da inteligência artificial. Segundo a denúncia compartilhada nas redes sociais, esses "nudes fake" estariam sendo compartilhados em grupos abertos do Telegram e, em alguns casos, as fotos eram vendidas.

De acordo com a denúncia, as fotos vazaram recentemente. "Todo mundo na escola tem o às 'fotos nuas' dessas meninas", afirmou Ive Moreira em um vídeo em que ela relata a situação no TikTok.

Grupo de alunas do terceiro ano do Ensino Médio afirmou que sente medo de estar na escola. "Deixamos claro que não nos sentimos seguras no mesmo ambiente que essas pessoas. Sentir medo ou vergonha por ser mulher na escola é inissível", disse o grupo, em nota divulgada nas redes sociais.

Pais e responsáveis pelas vítimas abriram um boletim de ocorrência sobre o assunto ontem. "Tão logo os pais compareceram à unidade, foi feito o registro da ocorrência e, de imediato, as investigações começaram", afirmou a delegada Larissa Mayerhofer, chefe da Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente da PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais).

Em depoimento à TV Globo Minas, a mãe de uma das vítimas disse estar com medo da repercussão do caso. "Até para mandar para a escola é difícil, porque a gente não sabe como é que vai ser a reação de todo o mundo", afirmou a mulher, que preferiu não se identificar.

O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) também investiga o caso. Em nota, o órgão afirmou que "está comprometido com a apuração rigorosa dos fatos." A análise é feita pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes de Belo Horizonte.

A prefeitura de Belo Horizonte informou que, até o momento, os Conselhos Tutelares não foram acionados. O órgão afirma que esta à disposição para apoio no acompanhamento às possíveis vítimas e suas famílias.

A PCMG alerta aos pais de possíveis vítimas que acolham os filhos e compareçam à unidade policial na Rua Rio Grande do Sul, 661, Barro Preto - Belo Horizonte - MG. As investigações correm de maneira sigilosa para preservar a identidade das vítimas.

O Colégio Santa Maria Minas lamentou o ocorrido. Em nota, o colégio afirmou que adotou medidas pedagógicas e jurídicas diante dos fatos. Veja, abaixo, a íntegra:

O Colégio Santa Maria Minas desenvolve sistematicamente atividades educativas voltadas ao uso ético e responsável da tecnologia, contemplando medidas de prevenção e combate das diversas formas de violência que ameaçam crianças e adolescentes, no mundo concreto e no ambiente digital.

Diante das denúncias, a instituição já adota medidas pedagógicas e jurídicas:

1 - Acolhida e escuta das vítimas e de seus familiares.
2 - Convocação e escuta do suposto autor e seus familiares.
3 - Aplicação de medidas disciplinares conforme o Regimento da Instituição.
4 - Intensificação de atividades formativas nas turmas do ensino médio sobre bullying e suas consequências jurídicas.
5 - O Conselho Tutelar, Ministério Público e Delegacia de Crimes Cibernéticos serão comunicados sobre o ocorrido.

O Colégio Santa Maria Minas lamenta o ocorrido e reafirma seu compromisso com a promoção de um ambiente escolar seguro, acolhedor e pautado pelo respeito mútuo. Todas as providências estão sendo tomadas com responsabilidade e transparência, em consonância com os valores institucionais e a legislação vigente. A instituição permanece à disposição das autoridades competentes e das famílias envolvidas para esclarecimentos e encaminhamentos necessários.

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