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ONU pede "voz unida" da América Latina em negociações de tratado sobre plásticos

05/06/2025 17h50

O Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) convocou nesta quinta-feira (5) as nações da América Latina e do Caribe a terem uma "voz unida" nas negociações para reduzir a poluição por plásticos, que serão retomadas em agosto.

A nova rodada será realizada entre 5 e 14 de agosto em Genebra, na Suíça. A reunião anterior, realizada no ano ado em Busan, na Coreia do Sul, terminou sem um acordo vinculante devido à oposição de um bloco de países, em sua maioria produtores de petróleo.

"Ter uma voz unida da América Latina vai permitir acelerar precisamente o caminho em direção às soluções", disse à AFP o diretor regional do Pnuma na América Latina e no Caribe, Juan Carlos Bello.

A poluição por plásticos está tão disseminada que microplásticos já foram encontrados no topo das montanhas mais altas, nas maiores profundezas dos oceanos e espalhados por quase todas as partes do corpo humano.

"Este é um problema global que só pode ser resolvido na medida em que houver cooperação e ação de todas as nações", assinalou Bello.

"Encontrar posturas em comum não é fácil, mas espera-se que a América Latina e o Caribe possam ter uma voz forte, conjunta e unida nessas negociações", acrescentou.

As conversas na Coreia do Sul deveriam resultar no primeiro pacto mundial para reduzir a poluição por plásticos após quase dois anos de negociações, mas ao final só houve consenso para continuar negociando.

Nesta semana, na capital panamenha, acontece uma reunião do "processo regional consultivo" para as negociações do tratado, inaugurada pelo ministro do Meio Ambiente do Panamá, Juan Carlos Navarro.

Esse encontro regional coincide com a celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, estabelecido pela Assembleia Geral da ONU em 1973.

Bello destacou que a América Latina e o Caribe "é uma região muito diversa, com países muito grandes como Brasil e México, e pequenos estados insulares que não são produtores de plásticos, mas que, por estarem no meio do mar, às vezes recebem plásticos de outras regiões pelas correntes" marinhas.

Como parte das soluções, Bello apontou que é necessário começar a usar "novos materiais que facilitem a reciclagem e também adotar novas formas de gerir os resíduos plásticos para que possam ser reutilizados ou reciclados".

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© Agence -Presse

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