Rússia devolve a Kiev mais de mil corpos de soldados ucranianos e anuncia troca de prisioneiros
A Rússia a devolveu 1.212 corpos de soldados mortos na guerra à Ucrânia, de acordo com informações de Kiev nesta quarta-feira (11). Moscou também anunciou uma nova troca de prisioneiros de guerra feridos programada para quinta-feira (12).
"Os corpos de 1.212 defensores mortos foram devolvidos à Ucrânia", afirmou o Quartel-General Ucraniano, órgão governamental responsável pelos prisioneiros de guerra, em um comunicado na quarta-feira.
A troca foi acertada durante a segunda rodada de negociações em Istambul, na Turquia, em 2 de junho. Os dois países concordaram em libertar mais de mil prisioneiros de cada lado e devolver os restos mortais dos combatentes, o único resultado tangível dessas negociações.
Esta é uma das maiores operações desse tipo desde a invasão de Moscou, há mais de três anos.
O negociador-chefe da Rússia, Vladimir Medinsky, anunciou que a Rússia recuperou 27 corpos de seus soldados. Ele também informou que a Moscou e Kiev iniciariam na quinta-feira "trocas médicas urgentes" de prisioneiros gravemente feridos.
A Ucrânia ainda não se pronunciou sobre esse anúncio.
Pouca cooperação
Na quarta-feira, o Quartel-General Ucraniano publicou imagens de caminhões refrigerados estacionados, com pessoas de macacão branco com emblemas da Cruz Vermelha Internacional caminhando ao lado dos veículos.
"Investigadores" e patologistas forenses "estabelecerão as identidades dos mortos o mais rápido possível", acrescentou.
Esses soldados foram mortos nas regiões ucranianas de Kharkiv (nordeste), Lugansk e Donetsk (leste), Zaporíjia e Kherson (sul), bem como na região russa de Kursk, onde a Ucrânia lançou uma operação militar em 2024, segundo a mesma fonte.
O repatriamento de corpos de militares e a troca de prisioneiros de guerra são as poucas áreas em que Kiev e Moscou cooperaram desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
No fim de semana, ambos os países se acusarem mutuamente de perturbar a repatriação, causando incertezas sobre a realização da troca. No sábado, Vladimir Medinsky afirmou que a Ucrânia tinha "adiado inesperadamente o recebimento dos corpos" de soldados mortos "e a troca de prisioneiros de guerra para uma data não especificada".
Ele pediu a Kiev que "recuperasse os corpos de 6 mil soldados ucranianos", dos quais "1.212 já estão no local de troca" na fronteira.
O Quartel-General negou essas declarações, acusando Moscou de "jogo sujo" e "manipulação", afirmando que "nenhuma data havia sido definida ainda".
(Com AFP)