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Macron alerta para risco nuclear iminente e culpa Irã por desestabilização no Oriente Médio

30.mai.2025 - O presidente da França, Emmanuel Macron, criticou escalada dos conflitos no Oriente Médio - Ludovic MARIN / AFP
30.mai.2025 - O presidente da França, Emmanuel Macron, criticou escalada dos conflitos no Oriente Médio Imagem: Ludovic MARIN / AFP

13/06/2025 15h41Atualizada em 13/06/2025 17h03

O presidente francês Emmanuel Macron afirmou, nesta sexta-feira (13), que o Irã tem "grande responsabilidade na desestabilização de toda a região" e advertiu que o país está "próximo de um estágio crítico" que pode permitir a produção de armas nucleares. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu, após os ataques de Israel contra alvos militares e nucleares em território iraniano. Emmanuel Macron também anunciou reforço da segurança nacional e desaconselhou viagens ao Oriente Médio.

O presidente francês Emmanuel Macron afirmou, nesta sexta-feira (13), que o Irã tem "grande responsabilidade na desestabilização de toda a região" do Oriente Médio e advertiu que o país está "próximo de um estágio crítico" que pode permitir a produção de armas nucleares. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu, após os ataques de Israel contra alvos militares e nucleares em território iraniano. Emmanuel Macron também anunciou reforço da segurança nacional e desaconselhou viagens ao Oriente Médio.

"O risco de uma corrida do Irã em direção à arma nuclear ameaça a região, a Europa e, de forma mais ampla, a estabilidade global", declarou Macron. "A questão nuclear iraniana é grave, uma questão existencial. Deve ser resolvida por meio da negociação e da retomada do diálogo", enfatizou. "Não podemos viver em um mundo em que o Irã detenha a bomba atômica. Trata-se de uma ameaça existencial e um risco direto à segurança de todos nós."

Consequências econômicas

Durante a coletiva de imprensa, o presidente francês Emmanuel Macron alertou que o atual agravamento das tensões no Oriente Médio ? com os bombardeios israelenses em larga escala contra o Irã e a ameaça de retaliação por parte de Teerã ? pode ter repercussões além da esfera geopolítica.

"Devemos nos preparar também para as consequências econômicas da escalada", disse o chefe de Estado, sem especificar medidas concretas, mas mencionando possíveis impactos nos mercados globais, especialmente no setor energético e nos fluxos comerciais.

A França participará "das operações de proteção e defesa" de Israel em caso de "represálias" por parte do Irã, se estiver "em condições de fazê-lo", declarou na sexta-feira o presidente Emmanuel Macron, enquanto Israel continua seus bombardeios contra o Irã.

"Manifestei nossa disponibilidade nesse sentido", afirmou o chefe de Estado durante a coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu. "Por outro lado, não considero em hipótese alguma participar de qualquer operação ofensiva. Esse não é o nosso papel", destacou Macron.

irã - Mohamad Torokman/Reuters - Mohamad Torokman/Reuters
Irã lançou mísseis balísticos contra Tel Aviv nesta sexta (13)
Imagem: Mohamad Torokman/Reuters

'Estado palestino desmilitarizado'

A conferência da ONU sobre o Estado palestino, que deveria ocorrer na próxima semana em Nova York, será adiada "por razões logísticas e de segurança", mas "acontecerá o mais rápido possível", adicionou ainda o presidente francês.

"Esse adiamento não pode, de forma alguma, colocar em dúvida nossa determinação em avançar rumo à implementação da solução de dois Estados. Independentemente das circunstâncias, reafirmei minha determinação em reconhecer o Estado da Palestina", acrescentou.

Um "Estado palestino desmilitarizado" é um "pré-requisito indispensável para a integração regional de Israel", completou o presidente francês.

Israel amplia ofensiva e se prepara para resposta iraniana

Enquanto isso, as forças armadas israelenses anunciaram que continuam os bombardeios "a toda força" contra o Irã, após o ataque massivo da madrugada de sexta-feira que destruiu cerca de cem alvos militares e nucleares em diferentes pontos do país.

"Estamos avançando com força total e em ritmo elevado para atingir os objetivos que definimos", declarou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, general Eyal Zamir.

Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Israel se prepara para "várias ondas de ataques iranianos" em resposta às ações. A ofensiva ? a maior já registrada entre os dois países ? matou os principais chefes militares do Irã, incluindo o chefe do Estado-Maior, o comandante dos Guardiães da Revolução e o líder da força aeroespacial do país.

Explosões foram registradas ao longo do dia em diversas cidades iranianas, incluindo uma nova explosão próxima ao centro de enriquecimento de urânio em Natanz, e uma forte detonação perto de uma base militar em Hamedan, a mais de 300 quilômetros de Teerã.

Diante do risco de retaliação, Israel orientou a população a permanecer próxima de abrigos antiaéreos e mobilizou milhares de reservistas em todo o território.

Os ataques ocorrem a dois dias de um novo ciclo de negociações indiretas entre Teerã e Washington sobre o programa nuclear iraniano, previstas para domingo (15) em Omã. Com o agravamento da crise, a continuidade das conversas está agora em dúvida.

irã - Majid Asgaripour via Reuters - Folha SP - Majid Asgaripour via Reuters - Folha SP
População do Irã realiza protesto em Teerã contra os bombardeios realizados pelas forças de Israel no país na madrugada desta sexta-feira (13)
Imagem: Majid Asgaripour via Reuters - Folha SP

França reforça segurança e desaconselha viagens

Emmanuel Macron também anunciou o reforço da operação Sentinela, que mobiliza militares em território francês, "para enfrentar todas as potenciais ameaças no território nacional".

Medidas adicionais foram tomadas para proteger diplomatas, tropas sas e cidadãos ses no Oriente Médio: "Peço aos nossos compatriotas que não viajem para a região, sob nenhum pretexto".

(Com AFP)

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