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Prefeitos brasileiros em Israel se abrigam em bunker durante ataque ao Irã

do UOL

Do UOL, em São Paulo

13/06/2025 11h05

Um grupo de prefeitos brasileiros que está em Israel foi surpreendido por sirenes e teve que se abrigar em um bunker durante ataque do país ao Irã.

O que aconteceu

Os alertas soaram por volta das 4h desta sexta-feira (13) em Israel, 22h de quinta no horário de Brasília. Pelo menos quatro prefeitos que estavam no país para conhecer tecnologias de segurança pública tiveram que se abrigar no campus da universidade Beit Berl College, na cidade de Kfar Saba. São eles:

  • Cícero Lucena (PP), prefeito de João Pessoa;
  • Álvaro Damião (União), prefeito de Belo Horizonte;
  • Johnny Maycon Cordeiro Ribeiro (PL), prefeito de Nova Friburgo (RJ);
  • Welberth Rezende (Cidadania), prefeito de Macaé (RJ).

Rezende contou que o grupo foi ao país a convite da embaixada de Israel no Brasil. "Estamos em uma delegação de 25 prefeitos", disse. "Iniciaríamos uma série de visitas voltadas ao conhecimento de métodos tecnológicos aplicados à gestão de cidades."

Com o fechamento do espaço aéreo de Israel, eles não sabem como retornarão ao Brasil. "Fomos surpreendidos com alertas de emergência", relatou Johnny Maycon. Os prefeitos receberam alertas disparados pelo governo israelense em seus aparelhos celulares e foram direcionados para um bunker.

 Mensagem recebida nos aparelhos celulares - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Mensagem recebida nos aparelhos celulares
Imagem: Reprodução/Instagram

É um quarto superprotegido para eventuais ataques de mísseis. Os prédios por aqui têm esses espaços para garantir a segurança das pessoas.
Johnny Maycon Cordeiro Ribeiro (PL), prefeito de Nova Friburgo (RJ)

O UOL apurou que a embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com a delegação.

Prefeitos pedem ajuda a Hugo Motta

Cícero Lucena pediu ajuda do presidente da Câmara dos Deputados para antecipar retorno ao Brasil. O prefeito relatou que sirenes de alerta tocaram duas vezes enquanto eles estavam alojados na universidade e, após o fechamento do espaço aéreo e as incertezas sobre o tempo de permanência na região, solicitou ajuda de Motta (Republicanos-PB) para interlocução com o Itamaraty.

"A Câmara está atenta", respondeu Motta. No X, o deputado federal informou que está em contato com o chanceler Mauro Vieira "para garantir a segurança e o retorno de todos que estão em Israel".

Israel atacou o Irã na noite de ontem

Ataque de Israel matou os chefes das Forças Armadas e da Guarda Revolucionária do Irã. As mortes dos generais Mohammad Bagheri e Hossein Salami foram confirmadas pela TV estatal do Irã. A Guarda Revolucionária iraniana, que era liderada por Salami, é o grupo mais poderoso no Exército do país e foi criada depois da Revolução Islâmica de 1979. O Irã também confirmou as mortes dos cientistas nucleares Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi.

Irã respondeu lançando cerca de cem drones contra território de Israel, segundo o Exército de Israel. O anúncio foi feito pelo porta-voz militar Effie Defrin, que afirmou também que Israel mobilizou 200 aviões de combate para bombardear quase cem alvos em seus ataques contra o Irã.

Israel disse na madrugada de hoje (horário local) que completou o "ataque inicial" contra o Irã. As FDI (Forças de Defesa de Israel) afirmaram que a operação, nomeada de "Leão em Ascensão", foi contra "dezena de alvos militares" e instalações nucleares relacionados ao programa nuclear do Irã. Segundo Defrin, "a operação está apenas começando".

Irã afirmou que os ataques israelenses justificam sua intenção de enriquecer urânio. "Não se deve falar com um regime tão predador, exceto com a linguagem da força", afirmou o governo iraniano em um comunicado. "O mundo agora entende melhor a insistência do Irã em seu direito de enriquecer [urânio], à tecnologia nuclear e ao poder dos mísseis".

Conselho de Segurança da ONU convocou reunião de emergência na tarde desta sexta.A decisão de convocar o principal órgão das Nações Unidas ocorre depois que o Conselho recebeu uma carta oficial do governo iraniano denunciando o ato e alertando que irá retaliar.

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