Oruam defende tumulto durante soltura de Poze: 'Bagulho virou bagunça'
Oruam, que causou tumulto em frente ao presídio onde Poze do Rodo estava detido, defendeu a mobilização do público em frente ao local.
Vocês não querem tumulto em frente ao presídio? Então vão prender bandido. MC não é bandido. Vão prender inocente? A gente vai lá na frente do presídio reivindicar. Oruam
O que aconteceu
O músico afirma que "não quis fazer bagunça", mas acabou causando a confusão por ser famoso. "A gente é artista, onde a gente chega, geral começa a gritar. Eu cheguei lá, todo mundo começou a gritar."
Ele ainda pediu desculpas por ter subido em um ônibus. "Eu só vi o ônibus e subi. Peço desculpas pra todo mundo, a gente não quis fazer bagunça. A gente chegou, o bagulho virou bagunça. Eu fui receber meu amigo. Eu tive a atitude errada de subir em cima do ônibus, mas a gente tem que se unir."
Presença do artista no local causou empurra-empurra. O músico foi até o endereço para acompanhar a saída de MC Poze do Rodo da prisão.
Mais tarde, ele mostrou Poze do Rodo sendo recebido por amigos e agradecendo pelo apoio. "Obrigado, irmão. Obrigado por tudo, te amo", disse Poze, abraçando Oruam.
Oruam já havia protestado e chamado a prisão de Poze do Rodo de "covardia". "Algemaram o Poze, nem precisa disso. O cara é exemplo para várias pessoas. Todo mundo sabe que isso aí é uma mentira. Ele é cantor. Ele canta em baile de favela. Ele não é envolvido com facção nenhuma, com todo respeito", escreveu. No sábado, ele esteve com a mulher de Poze, Viviane Noronha, em um protesto em frente ao Complexo Penitenciário de Gericinó.
Oruam causa tumulto a porta do presídio Bangu 3, onde MC Poze vai ser solto.
-- Record Rio (@record_rio) June 3, 2025
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Habeas corpus
Tribunal de Justiça concedeu ontem habeas corpus a MC Poze do Rodo. A decisão revogou a prisão temporária do MC. De acordo com o desembargador Peterson Barroso, da Primeira Vara Criminal de Jacarepaguá, a prisão de 30 dias seria excessiva para o prosseguimento das investigações.
O material arrecadado na busca e apreensão parece ser suficiente para o prosseguimento das investigações, sem a necessidade da manutenção da prisão do paciente, valendo registrar que não há comprovação, por ora, de que ele estivesse com armamento, drogas ou algo ilícito em seu poder. Peterson Barroso, desembargador
Defesa alega 'perseguição à arte periférica'
A defesa de MC Poze do Rodo argumentou no pedido de habeas corpus que a prisão era ilegal e desproporcional, configurando uma violação à liberdade de expressão. O pedido destacava que as manifestações artísticas do músico, que retratam a realidade vivida em comunidades historicamente marginalizadas, são protegidas e não configuram incitação direta a crimes.
A ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro é seletiva e evidencia a perseguição à arte periférica. Fosse o paciente um artista 'do asfalto', certamente a prisão não ocorreria. O paciente não ultraou os limites da Liberdade de Expressão, uma vez que ele canta a realidade dos morros cariocas.