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OPINIÃO

Estêvão sofreu pênalti ou pegou 'vício brasileiro'? Colunistas divergem

do UOL

Colaboração para o UOL

23/05/2025 11h17

Estêvão sofreu pênalti contra o Ceará na classificação do Palmeiras na Copa do Brasil ou já pegou o "vício" da simulação do futebol brasileiro?

No Posse de Bola, os colunistas Mauro Cezar Pereira, Juca Kfouri e Arnaldo Ribeiro divergiram sobre o tema e debateram se o VAR introduziu a "penalidade mínima" no Brasil.

Mauro Cezar: Não houve nada, Estêvão vai se reeducar na Inglaterra

Não houve pisão, houve um contato da sola da chuteira com a lateral da chuteira do Estêvão de fato, mas aí o Gilberto Rodrigues Castro Júnior, de Pernambuco, árbitro de vídeo, chamou o Daronco que embarcou na onda — não houve nada.

A classificação foi mais do que merecida, não é esse o ponto. O ponto que eu chamo a atenção é o vício do jogador que atuou no Brasil e vai ter que ar por um processo de reeducação rápido porque ele vai para a Inglaterra em poucos meses.

Se ele for aproveitado pelo time inglês já no começo da próxima temporada, ele tem que perder essa mania porque lá eles são radicalmente contra esse tipo de comportamento de jogador cai cai e piscineiro, essa coisa ficar se jogando. Aqui, esse comportamento compensa.

O Estêvão é muito jovem, muito talentoso, tem uma carreira brilhante, deu uma entrevista no final falando da realização de um sonho, jogar na Europa. Vai resolver a vida financeira da sua família, todo sucesso para ele, mas isso tem que ser falado — esse menino vai ter que largar essa mania. Quem está próximo dele, que diga a ele, que alerte para o bem dele: cara, a partir de agora, não faça isso porque não vai pegar bem.

O Cristiano Ronaldo, quando chegou no futebol inglês, há muito tempo, junto com o Kléberson, que tinha sido campeão do mundo em 2022, também tinha esse hábito e parou com isso porque ele era muito criticado por ser 'diving' -- o cara que fica mergulhando o tempo todo. Futebol é outro jogo, isso só tem no Brasil, é uma pena que ele tenha esse vício, que largue o quanto antes e faça grande sucesso lá fora. Isso faz muito mal a jovens como ele.
Mauro Cezar

Juca: Foi pênalti, Estêvão tomou um pisão claro

Não acho o Estevão piscineiro. Se não tivesse acontecido a falta, que a meu ver aconteceu, ele não teria como não cair, porque ele é acossado por dois jogadores, pelo zagueiro e pelo goleiro, não tinha como ele não cair. E acho que foi pênalti — é um pisão claro no pé dele e ele cai. E a imediata reação dos jogadores do Palmeiras, inclusive, revela isso para mim com clareza.

Partindo do pressuposto que falta dentro da área é pênalti, falta dentro da área é pênalti — aquilo que se marca no meio de campo tem que se marcar dentro da área. Eu discordo deste conceito da regra, eu gostaria que pênalti só fosse marcado em lance de perigo de gol. O jogador saindo da área, como a gente tem visto no caso do pênalti marcado no Luciano, de costas para o gol, se eu marcar um pênalti, não é o espírito da regra.

É a mesma questão do impedimento. Eu não teria dado o impedimento ontem do Ceará. O jogador, que vantagem ele levou? Não levou nenhuma. Mas diante do que está escrito, você não pode contrariar o que está escrito.
Juca Kfouri

Arnaldo: VAR introduziu 'penalidade mínima' no futebol brasileiro

Tem um detalhe que a gente não leva em consideração depois da introdução do VAR. Eu não acho que foi pênalti, mas não foi o maior erro da história da arbitragem — não foi o pênalti do Vitor Roque, que voltou da Europa com outro hábito e foi recompensado na primeira simulação que ele teve. Aí o Mauro tem razão: o jogador vai entrando na onda.

O que acontece hoje é a penalidade mínima. A gente não leva em consideração, e aí derruba o argumento do Juca, da falta dentro e fora da área, o VAR analisa qual falta? Dentro da área, certo? Você entende o que acontece hoje em dia? Você só vê falta mínima dentro da área, se apita mais falta dentro da área que fora. Isso desarma completamente esse argumento — a gente analisa na lupa só falta dentro da área.

Hoje, é marcado mais falta dentro da área do que fora, é o contrário do princípio do jogo. É um absurdo. Não é o conceito, é a aplicação do VAR sobretudo no Brasil — essa falta não seria dada fora da área, então nós temos um grande problema.

O VAR ferrou o jogo no Brasil sobretudo porque pisão não é necessariamente pênalti, contato de jogo não é necessariamente falta. Não é o frame que importa. Pode ser o do Luciano contra o Grêmio e pode ser o do Estêvão.
Arnaldo Ribeiro

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