Merz diz que Ucrânia e Alemanha produzirão conjuntamente mísseis de longo alcance
Por Sarah Marsh e Yuliia Dysa
BERLIM/KIEV (Reuters) - Alemanha e Ucrânia visam desenvolver conjuntamente a produção industrial de mísseis de longo alcance, disse o chanceler alemão Friedrich Merz nesta quarta-feira, ao prometer continuar pressionando a Rússia sobre sua invasão da Ucrânia.
Em discurso durante a visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy a Berlim, Merz disse que seu governo não imporia nenhum limite de alcance aos mísseis que poderiam ser produzidos na Ucrânia e na Alemanha.
"Queremos viabilizar armas de longo alcance, também queremos viabilizar a produção conjunta, e não falaremos sobre detalhes publicamente, mas intensificaremos a cooperação", declarou ele em uma coletiva de imprensa conjunta com Zelenskiy.
Zelenskiy disse que os dois líderes concordaram em cooperar na produção de armas na Ucrânia, incluindo drones. Autoridades de governo am acordos sobre a construção e o desenvolvimento de instalações de produção, segundo ele.
"Esses novos projetos já existem", disse o presidente ucraniano. "Só queremos que eles sejam na quantidade que precisamos."
A visita de Zelenskiy à Alemanha ocorre depois que autoridades ucranianas e russas se reuniram este mês para negociações cara a cara, sob pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para acabar com a guerra.
No entanto, as negociações não conseguiram produzir um acordo de cessar-fogo e a Rússia desencadeou três noites de ataques aéreos maciços contra a Ucrânia no fim de semana. Moscou também reuniu 50.000 soldados perto da região de Sumy, no norte da Ucrânia, disse Zelenskiy aos repórteres.
Os movimentos militares não "falam a língua da paz", disse Merz.
"Isso é um tapa na cara de todos aqueles que estão lutando por um cessar-fogo, na própria Ucrânia, mas também na Europa e nos EUA", afirmou ele.
A Rússia acusou a Ucrânia de aumentar significativamente os ataques de drones e mísseis em território russo na última semana, usando munições fornecidas pelo Ocidente.
Merz disse que a Europa continuará a aumentar a pressão sobre a Rússia para que ela se envolva em negociações de paz para acabar com o conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial -- incluindo a garantia de que o gasoduto Nord Stream 2 não possa entrar em operação.