Gastos do consumidor dos EUA desaceleram em abril; inflação tem alta moderada
WASHINGTON (Reuters) - Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos subiram ligeiramente em abril, à medida que desacelerou a busca para fugir dos preços mais altos com as tarifas de importação.
Os gastos dos consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica, cresceram 0,2% no mês ado, após um salto não revisado de 0,7% em março, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos subiriam 0,2%.
A compra preventiva de produtos antes da entrada em vigor das tarifas do presidente Donald Trump ajudou a aumentar os gastos no mês anterior. A maioria das tarifas foi implementada, embora as taxas mais altas sobre alguns países tenham sido adiadas até julho.
As tarifas sobre as importações chinesas foram reduzidas de 145% para 30% até meados de agosto. Economistas argumentam que a política comercial agressiva de Trump desacelerará drasticamente o crescimento econômico neste ano e aumentará a inflação, preocupações que foram repetidas pelo Federal Reserve.
A ata da reunião de 6 e 7 de maio do Fed, publicada na quarta-feira, observou que "os participantes julgaram que os riscos baixistas para o emprego e a atividade econômica e os riscos altistas para a inflação haviam aumentado, refletindo principalmente os possíveis efeitos dos aumentos de tarifas".
O banco central dos EUA tem mantido sua taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro.
Na quarta-feira, um tribunal de comércio dos EUA impediu que a maioria das tarifas de Trump entrasse em vigor, em uma decisão abrangente de que o presidente excedeu sua autoridade.
Elas foram temporariamente restabelecidas por um tribunal federal de apelações na quinta-feira, acrescentando outra camada de incerteza sobre as perspectivas da economia.
A economia, por todas as medidas, contraiu a uma taxa anualizada de 0,2% no primeiro trimestre, depois de crescer a um ritmo de 2,4% no trimestre de outubro a dezembro.
Com exceção dos dados comerciais, a maioria dos relatórios econômicos oficiais ainda não mostrou os efeitos negativos das tarifas de forma significativa, embora as pesquisas de confiança tenham se deteriorado. Economistas esperam que o impacto possa se tornar evidente nos dados de junho.
A inflação foi benigna em abril, com os varejistas provavelmente ainda vendendo o estoque acumulado antes das tarifas. O índice PCE subiu 0,1% no mês ado, depois de ficar inalterado em março, informou o departamento.
Nos 12 meses até abril, os preços do PCE aumentaram 2,1%, depois de avançarem 2,3% em março.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice PCE subiu 0,1% no mês ado. Isso se seguiu a um aumento semelhante no chamado núcleo da inflação PCE em março.
Nos 12 meses até abril, o núcleo cresceu 2,5%, depois de subir 2,7% em março. O Fed acompanha as medidas do PCE para sua meta de inflação de 2%.
Economistas esperam que a inflação acelere neste ano, à medida que as tarifas aumentem os preços dos produtos. As expectativas de inflação dos consumidores para daqui a um ano têm aumentado.
(Por Lucia Mutikani)