PIB do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre
A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação aos três meses anteriores e 2,9% na comparação anual, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (30).
O resultado ficou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que esperava alta de 1,5%, segundo estimativas de 71 instituições financeiras consultadas pelo jornal econômico Valor.
A expansão trimestral foi impulsionada principalmente pelo setor agropecuário, que cresceu 12,2%.
Esse desempenho é explicado pela recuperação da safra de grãos, especialmente soja, milho e arroz, que tradicionalmente concentram seu impacto no PIB nos primeiros meses do ano.
"A agropecuária está sendo favorecida pelas condições climáticas favoráveis e conta com uma baixa base de comparação do ano ado. É esperada uma safra recorde de soja, nosso produto agrícola mais importante", disse Rebeca Palis, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O ano ado foi marcado por fortes enchentes nas regiões agrícolas do sudeste, seguidas pela pior seca da história recente do Brasil.
O setor de serviços também contribuiu positivamente, crescendo 0,3% no primeiro trimestre, enquanto a indústria permaneceu praticamente estável, com queda marginal de 0,1%.
Em comparação com o mesmo período de 2024, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, impulsionado por todos os setores: a agropecuária liderou com 10,2%, seguida pela indústria (2,4%) e serviços (2,1%).
O consumo das famílias cresceu 2,6%, impulsionado pelo aumento dos salários reais e pela maior disponibilidade de crédito, apesar das altas taxas de juros, segundo o IBGE.
A taxa da Selic fechou o trimestre em 14,25% ao ano, o maior nível em quase duas décadas, como parte da estratégia do Banco Central para controlar a inflação.
Economistas projetam uma desaceleração nos próximos trimestres devido ao fim do boom agrícola e à manutenção das altas taxas de juros.
Para todo o ano de 2025, o mercado financeiro espera um crescimento de 2,14%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central, enquanto o governo projeta 2,4%.
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