Alesp vai oferecer segurança a deputadas após ameaças de morte

A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) definiu hoje que as deputadas estaduais arão a ter segurança à sua disposição, após serem alvo de ameaças de morte enviadas via e-mail.
O que aconteceu
Oferta de segurança acontecerá de acordo com a necessidade de cada deputada, segundo apurou o UOL. A ideia é que o esquema seja ajustado caso a caso. o a carros blindados também será facilitado.
Instalação de novas câmeras nos corredores da Alesp é outra medida prevista. Além disso, o controle por meio de crachás de quem entra e sai do prédio deve se tornar mais rigoroso. Há previsão também de uma campanha institucional da assembleia contra a violência política de gênero.
Comandante da segurança deve formular novo protocolo para Casa dentro de 30 dias. Todas as medidas foram propostas pelas deputadas em reunião hoje no fim da tarde e aceitas pelo presidente André do Prado (PL).
Esses ataques escancaram, mais uma vez, a persistência da violência política de gênero - uma estratégia para silenciar, constranger e deslegitimar mulheres que ocupam espaços de poder
Marina Helou (Rede), deputada estadual na Alesp
Alesp "não vai tolerar nenhum tipo de ameaça", disse presidente. Em entrevista, Prado classificou o que aconteceu como "muito grave" e disse que Casa irá até últimas consequências para apurar as ameaças e identificar o autor. Para ele, as mensagens enviadas às deputadas representaram um ataque à Alesp como um todo.
Todas as medidas que forem necessárias para manter uma maior segurança das nossas deputadas, essa presidência, juntamente com a mesa diretiva, tomará
André do Prado (PL), deputado estadual e presidente da Alesp
Polícias Civil e Militar investigam o caso
Mensagens foram enviadas no último sábado (31). Encaminhado a todas as deputadas estaduais, o material continha ameaças de morte e de estupro, além de injúrias raciais e conteúdo capacitista.
Além de todo horror contido no e-mail, com insultos racistas e capacitistas, a forma como disseram que iriam fazer, dentro da Alesp, é uma ameaça à democracia. Esse debate é urgente, pois diz respeito a um ódio genuíno às mulheres, de forma geral.
Ediane Maria (PSOL), deputada estadual
Polícia Civil já tem suspeito em vista. A identidade da pessoa foi preservada para não prejudicar a investigação.
Fui uma das pessoas citadas nominalmente no e-mail. Então, foi algo que me abalou muito. Nunca havia sofrido nenhuma ameaça de morte. Me preocupo com a minha família -- é óbvio que a gente se preocupa, ainda mais quando tem filho. E o carro blindado não protege 100% do tempo, porque em algum momento você vai sair dele
Andrea Werner (PSB), deputada estadual
Deputadas divulgaram nota conjunta sobre situação. "Parte das parlamentares da Alesp já tinha sofrido ameaças similares, porém, é a primeira vez que um ataque é direcionado a todas as mulheres da Casa —o maior parlamento estadual do país", diz o texto.
Mulheres parlamentares recebem dezenas de coisas como essa. É a primeira vez que é coletivo. Mas, individualmente, a gente tem centenas de casos sem solução. Nos amedontrar, nos tirar de uma tarde de trabalho, nos paralisar é parte de um grande ato masculinista de ataque às mulheres na política que está acontecendo pelo Brasil inteiro nesse momento.
Mônica Seixas (PSOL), deputada estadual
Deputadas protocolaram notícia crime na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância e pediram que o caso seja investigado. "Intimidações desse tipo não podem ser aceitas sob o regime democrático em que vivemos, mas elas mostram o quão urgente também se faz a adoção de políticas públicas de enfrentamento à violência política de gênero", diz a nota conjunta.
Ontem, a presidência da Assembleia informou que acionou as polícias Civil e Militar. "O presidente da Alesp se solidariza com as deputadas estaduais. Nenhuma agressão pode ser tolerada", disse Prado.
A Alesp não vai tolerar qualquer tipo de ação criminosa. O ataque às parlamentares é uma afronta a todo o Legislativo Paulista.
Alesp, em nota oficial