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Protesto contra feminicídios mobiliza milhares de pessoas na Romênia

03/06/2025 16h09

Milhares de pessoas, em sua maioria vestidas de preto, se manifestaram, nesta terça-feira (03), na Romênia, para pedir ao governo que endureça a legislação contra os feminicídios após o recente assassinato de uma jovem que comoveu o país.

Cristi Buzatu, um advogado de 39 anos, foi a Bucareste com sua filha de 11 anos para "concientizá-la de que esse risco existe" e para "se expressar" em caso de exposição ao "menor sinal de violência". 

"Tenho a impressão de que o Estado não leva a sério a voz das mulheres", disse ele à AFP em uma praça da capital Bucareste.

"Abaixo os agressores!", "Abaixo o patriarcado!", entoava a multidão, carregando cartazes "para dar voz a todos os silenciados" e defender o direito à "segurança" das mulheres.

Andreea Braga, membro da organização feminista FILIA, se alegrou com a "forte mobilização" e pediu mais "transparência" às autoridades.

Vinte e cinco mulheres foram mortas neste ano neste país da União Europeia (UE) e, em muitos casos, não houve condenações. 

Os manifestantes também exigem que os feminicídios sejam tratados pelo sistema de justiça como um crime.

O assassinato em maio de uma mulher grávida de 23 anos, alevajada por três disparos por seu ex-companheiro e diante de sua filha de três anos, comoveu o país de 19 milhões de habitantes.

A vítima tinha obtido uma ordem de proteção em 2021 após apresentar uma denúncia contra o homem por ameaças de morte e assédio. 

Mas o suposto agressor, de 49 anos, jamais foi processado. Ele cometeu suicídio após matar a ex-companheira.

Pelo menos 85 mil mulheres e meninas foram assassinadas intencionalmente em todo o mundo em 2023, em sua maioria por familiares, o que equivale a 140 por dia ou uma a cada dez minutos, segundo dados da ONU.

str-anb/pc/sag/lm/rpr

© Agence -Presse

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