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Referendo italiano sobre cidadania e direitos trabalhistas fracassa por abstenção

09/06/2025 13h12

Um referendo realizado na Itália sobre a obtenção da cidadania e o fortalecimento dos direitos trabalhistas fracassou nesta segunda-feira (9) devido à falta de participação, após o governo de Giorgia Meloni ter pedido abstenção. 

Segundo a contagem de votos, ainda em andamento, pouco mais de 30% dos eleitores foram às urnas no domingo e nesta segunda-feira, sendo necessários mais de 50% dos votos para que o resultado fosse considerado. 

Muitos membros do governo ultraconservador da primeira-ministra Meloni pediram a seus apoiadores que se abstivessem de votar para evitar atingir o limite de 50%. 

Uma das propostas deste referendo, promovida por diversos partidos e ONGs, era reduzir de dez para cinco anos o período durante o qual um residente não europeu, sem casamento ou laços consanguíneos com a Itália, deve ter vivido no país para ser elegível à cidadania. 

Mas Meloni, líder do partido de extrema direita Irmãos da Itália, que chegou ao poder em 2022 com uma agenda anti-imigração, disse ser "absolutamente contra" tal medida.

"Grande derrota para uma esquerda que não tem mais ideias, credibilidade e nem sequer é capaz de mobilizar seus próprios eleitores", reagiu nesta segunda-feira, no X, o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, líder do partido anti-imigração Liga. 

Os italianos também deveriam votar uma proposta para revogar quatro leis de liberalização do mercado de trabalho, uma iniciativa promovida pelo principal sindicato do país, o CGIL. 

Esta organização esperava restabelecer diversas medidas de proteção contra contratos precários, demissões e acidentes de trabalho que haviam sido eliminadas. 

Da minoria de italianos que foi às urnas, cerca de 85% votaram "sim" em todas as questões trabalhistas e 64% na proposta sobre a cidadania.

O principal partido da oposição, o Partido Democrático (PD, centro-esquerda), apoiou as propostas submetidas ao referendo, embora, enquanto estava no poder, tenha adotado algumas das medidas que teriam sido eliminadas. 

O secretário-geral do CGIL, Maurizio Landini, disse nesta segunda-feira que a alta taxa de abstenção reflete uma "clara crise democrática" na Itália.

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© Agence -Presse

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