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Como é o avião da Boeing que caiu após decolar na Índia

Um Boeing 787-8 Dreamliner da Air India - Fabrizio Gandolfo/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Um Boeing 787-8 Dreamliner da Air India Imagem: Fabrizio Gandolfo/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

12/06/2025 14h18

O Boeing 787 Dreamliner que caiu hoje em uma zona residencial na Índia é uma aeronave que tem destaque no catálogo da maior fabricante de aviões do mundo como um de seus modelos mais novos, completos e seguros.

Depois de entrar em serviço pela primeira vez em outubro de 2011, com a companhia aérea All Nippon Airways do Japão, 2.598 desses aviões já foram encomendados por mais de 80 companhias aéreas em todo o mundo, incluindo a Latam Airlines. Mais de 880 estão na fila para serem entregues.

Ainda não está claro se o acidente que causou a morte de mais de 240 pessoas foi provocado por falha humana ou por um problema técnico da aeronave. A Boeing disse que está "ciente" dos relatos e que está "trabalhando para reunir mais informações". A General Electric Aerospace, que forneceu os motores da aeronave, disse que apoiará a investigação.

A companhia já enfrentou problemas com outras aeronaves no ado. Em 2024, se declarou culpada em uma investigação sobre dois acidentes aéreos envolvendo o modelo 737 MAX, ocorridos em 2018 e 2019, na Indonésia e na Etiópia, que mataram 346 pessoas.

Modelos como o Boeing 737-800 também estiveram envolvidos em acidentes graves. Na China, em 2022, a aeronave caiu e deixou 132 mortos. Em 2024, outro 737-800 saiu da pista e explodiu na Coreia do Sul.

Primeiro acidente fatal de um 787 Dreamliner

Já o acidente com o 787 Dreamliner é o primeiro fatal desta categoria, ainda que tenha registrado problemas técnicos no ado. A aeronave, que compõe a nova geração de aviões da empresa, é normalmente citada por especialistas como uma das mais seguras em operação. De fuselagem larga e com uma eficiência acima da média em termos de combustível, o 787 é capaz de transportar até 330 pessoas.

O principal atrativo do modelo é a estrutura leve, metade da qual é feita de materiais compostos, como fibra de carbono, o que permite queimar até 20% menos combustível em longas distâncias do que os aviões de ageiros mais antigos e de tamanho equivalente.

Isso permite uma maior autonomia para voos mais longos. Seu lançamento abriu 180 rotas "ponto a ponto", que não exigem paradas para abastecimento, em todo o mundo.

Atualmente, existem três versões do 787 que podem transportar de 248 a 330 ageiros em distâncias de 11,9 mil quilômetros a 13,5 mil quilômetros.

O avião que caiu em Ahmedabad, na Índia, era da versão 787-8, o mais compacto, e estava em operação desde 2014. Programado para voar até Londres, caiu pouco depois da decolagem.

Como é dentro do Boeing 787 da Air India - Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images - Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images
Como é dentro do Boeing 787 da Air India
Imagem: Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images

Problemas na produção

O 787 também foi pioneiro em uma nova maneira de construir aviões, com a Boeing terceirizando grande parte da produção da estrutura e dos componentes da aeronave para empresas em todo o mundo. As peças eram então montadas em Everett, Washington, e, posteriormente, em North Charleston, na Carolina do Sul.

Mas o programa sofreu vários contratempos ao longo de sua produção, incluindo repetidas suspensões de entregas entre 2021 e 2023, principalmente devido a falhas de montagem e problemas de qualidade de fabricação.

A istração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) acabou reforçando as verificações e inspeções de garantia de qualidade nas linhas de produção do modelo após um engenheiro da própria Boeing denunciar problemas na solda de fuselagens produzidas separadamente.

A empresa reconheceu posteriormente os problemas causados pela estratégia de terceirização. Em abril deste ano, a FAA autorizou a Boeing a aumentar seu ritmo de produção para fabricar sete aviões por mês, em vez dos cinco anteriores.

Acidentes anteriores do 787

Apesar do selo de segurança, o 787 enfrentou acidentes menos graves. Em julho de 2013, uma destas aeronaves pegou fogo no solo do aeroporto de Heathrow, em Londres, em um incidente relacionado a um curto-circuito em um localizador de emergência. O avião estava vazio.

Também em 2013, os órgãos reguladores suspenderam temporariamente a frota global do 787 após o superaquecimento das baterias de lítio em dois aviões japoneses em Tóquio e Boston, resultando em mudanças no projeto para conter o risco de fuga térmica.

gq/ra (afp, reuters, ots)

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