Senador democrata dos EUA Padilla é forçado a deitar no chão e algemado por agentes de segurança
WASHINGTON (Reuters) - O senador democrata dos EUA Alex Padilla foi empurrado para fora de uma sala, forçado a deitar no chão e algemado pela segurança depois de tentar fazer uma pergunta em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.
"Sou o senador Alex Padilla. Tenho perguntas para a secretária", disse Padilla durante a coletiva de imprensa em que Noem falava dos protestos em Los Angeles contra a repressão à política de imigração do presidente Donald Trump.
"Tire as mãos", disse Padilla, de 52 anos, antes de ser retirado da sala.
Padilla, da Califórnia, disse em um comunicado que foi forçado a deitar-se no chão e algemado pelos seguranças.
Um vídeo postado online mostrou três agentes empurrando Padilla para o chão e algemando suas mãos atrás das costas. A Reuters não conseguiu confirmar imediatamente a autenticidade do vídeo.
Noem falava em Los Angeles, que tem visto dias de protestos contra a repressão de Trump aos migrantes. A Casa Branca respondeu às manifestações enviando tropas da Guarda Nacional e fuzileiros navais para a cidade, dizendo que eles ajudariam a proteger os prédios federais e defender os agentes do Departamento de Imigração e Alfândega.
Em uma declaração no X, o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) acusou Padilla de se envolver em um "teatro político desrespeitoso".
"Foi dito repetidamente ao Sr. Padilla para se afastar e ele não obedeceu aos repetidos comandos dos policiais. O @SecretService achou que ele era um agressor e os policiais agiram de forma apropriada", disse o departamento, acrescentando que Noem se reuniu posteriormente com Padilla.
Uma onda de senadores democratas e pelo menos um republicano criticaram a maneira como o caso foi tratado.
"O senador Padilla é um homem grande e alto, e ver como ele foi tratado fora daquela sala é errado e doentio", disse a senadora republicana Lisa Murkowski a jornalistas no Capitólio.
Não foi a primeira vez que funcionários do governo Trump detiveram autoridades democratas eleitas.
O prefeito de Newark, Ras Baraka, foi preso e acusado de invasão de propriedade em 9 de maio em um centro de imigração istrado por particulares. Posteriormente, promotores retiraram as acusações, mas acusaram a representante democrata dos EUA LaMonica McIver de agredir e resistir aos policiais que estavam tentando prender Baraka.
Ambos negaram ter cometido delitos.
(Reportagem de Rami Ayyub, Jasper Ward, David Morgan, Bo Erickson e Richard Cowan)