Rússia e outros três países aliviam restrições à carne de frango do Brasil
Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão decidiram retirar a suspensão às exportações de carne de aves de todo o território brasileiro e aram a restringir temporariamente apenas os embarques do estado gaúcho. A restrição a todas as exportações do país era adotada desde a semana ada, quando foi descoberto o foco de gripe aviária em uma granja no Rio Grande do Sul. Já a Arábia Saudita ampliou a restrição para todo o estado - antes, a restrição era apenas para o município de Montenegro.
O que aconteceu
A atualização foi confirmada hoje pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). De acordo com a pasta, com a redução da restrição à carne de frango para o Rio Grande do Sul, Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão somam-se à Arábia Saudita, Reino Unido, Bahrein, Cuba, Macedônia, Montenegro, Cazaquistão, Bósnia, Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia, que limitam a suspensão aos produtos da pecuária do estado.
Outros 20 países importadores permanecem com a suspensão total de carne de aves do Brasil. A nota do Mapa também destaca que China, União Europeia, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, África do Sul, Jordânia, Peru, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Bolívia, Sri Lanka e Paquistão seguem a restrição nacional.
Apenas os Emirados Árabes e Japão suspenderam a exportação de carne oriundas do município gaúcho de Montenegro. A cidade, a 70 km de Porto Alegre, é onde está localizada a granja foco da gripe aviária. No local havia 17 mil aves divididas em dois galpões. 15.650 galinhas foram encontradas mortas. Outras 1358 aves foram sacrificadas. Uma área em um raio de 10 km foi isolada ao redor da granja.
Esse é o primeiro registro do vírus na avicultura brasileira. Antes, a gripe aviária já havia sido detectada em animais silvestres ou em produções domésticas. A circulação do vírus ocorre desde 2006, principalmente na Ásia, na África e no norte da Europa. O ministério afirmou nesta quinta-feira (22) que permanece em articulação com as autoridades sanitárias dos países importadores.
As ações adotadas visam garantir a segurança sanitária e a retomada segura das exportações o mais breve possível. Aos consumidores o Mapa reitera o esclarecimento de que o consumo de carne de aves e de ovos não apresenta risco para a saúde.
Ministério da Agricultura, em nota nesta quinta-feira (22)
Embargos a todo território nacional:
- África do Sul
- Argentina
- Bolívia
- Canadá
- Chile
- China
- Coreia do Sul
- Filipinas
- Iraque
- Jordânia
- Malásia
- Marrocos
- México
- Paquistão
- Peru
- República Dominicana
- Sri Lanka
- Timor-Leste
- União Europeia (Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, República Checa, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha e Suécia)
- Uruguai
Restrições limitadas ao Rio Grande do Sul:
- Arábia Saudita
- Armênia
- Bahrein
- Bielorrússia
- Bósnia e Herzegovina
- Cazaquistão
- Cuba
- Macedônia
- Montenegro
- Quirguistão
- Reino Unido
- Rússia
- Tajiquistão
- Turquia
- Ucrânia
Embargos somente à cidade de Montenegro (RS):
- Emirados Árabes Unidos
- Japão
Investigações em andamento
Há atualmente 11 investigações em andamento, ainda sem resultado laboratorial conclusivo, de aves silvestres, granjas comerciais e produção para subsistência. Para produção comercial, há apenas duas investigações em andamento. Uma em Ipumirim, Santa Catarina, e outra em Aguiarnópolis, Tocantins. Produções de subsistência no Pará, Ceará, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, além do Rio Grande do Sul, também estão sendo investigadas.
Já o governo uruguaio flexibilizou as restrições para a importação de produtos avícolas do Brasil. A entrada desses produtos está permitida desde que tenham sido submetidos a um tratamento térmico. Já a carne fresca só será autorizada se tiver sido produzida antes do dia 1° de maio.
RS conclui desinfecção de granja
Terminou a desinfecção na granja comercial onde o foco de gripe aviária foi detectado, em Montenegro (RS). Agora, a área entra no período de vazio sanitário por 28 dias, calculados a partir desta quinta. Este prazo é necessário para o foco ser considerado concluído e o Brasil retomar o status de livre de gripe aviária junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Ao final desse prazo, se não houver novas ocorrências, o Brasil poderá se autodeclarar livre da doença naquela região. Isso não apenas fortalece a credibilidade do nosso sistema sanitário, como também representa um o fundamental para a reabertura de mercados e a normalização das exportações. É um procedimento previsto em protocolos internacionais, e estamos conduzindo esse processo com o máximo rigor e responsabilidade
Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária, em nota nesta quinta-feira (22)
O processo de limpeza inclui a desinfecção dos galpões, aviários, ninhos, máquinas e outras estruturas e equipamentos da granja, que envolve escritório, almoxarifado, vestiários e lavanderia. A atividade de saneamento do foco foi iniciada no dia 16 de maio e concluída nesta quarta (21). "Com a força do sistema e a transparência nos procedimentos, conseguiremos comprovar a contenção do foco e negociar com nossos parceiros comerciais protocolos que evitem o bloqueio total das exportações", declarou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
O local conta com sete pontos de controle, com barreiras de trânsito e desinfecção. Uma delas é de bloqueio total, impedindo qualquer agem, enquanto as outras seis atuam como barreiras de contenção e desinfecção. O Mapa também divulgou que no raio de 10 quilômetros da granja afetada, foram identificados 540 estabelecimentos rurais, sendo que dois deles atuam com avicultura comercial. Todos estabelecimentos já foram vistoriados, destacou a pasta em nota.