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Torneio de Roland-Garros começa em Paris com brasileiro no saibro e homenagem a Rafael Nadal

25/05/2025 09h11

Começa neste domingo (25) a disputa pelas chaves principais de Roland-Garros. Segundo Grand Slam da temporada de tênis internacional, o torneio francês é o único disputado no saibro e reúne, até 8 de junho, 128 tenistas em cada chave de simples, tanto na masculina quanto na feminina. 

Maria Paula Carvalho, de Roland-Garros

Estarão em quadra os grandes nomes do tênis mundial, como o sérvio Novak Djokovic - atual campeão olímpico dos jogos de Paris 2024 -, que sonha vencer o seu 25° torneio de Roland-Garros, e o bicampeão espanhol Carlos Alcaraz. 

Após vencer o aberto de Roma, no último dia 18 de maio, o espanhol diz estar confiante. "Tem sido uma ótima temporada de saibro até agora, estamos aqui no torneio mais importante e estou muito animado, relembrando as emoções do ano ado", disse o atleta no momento do sorteio de chaves do campeonato. "É ótimo sentir isso de novo. Minha confiança está muito alta", acrescentou Alcaraz. 

Brasil marca presença com três tenistas

João Fonseca é o principal nome e o melhor ranqueado, na 65ª posição do ranking mundial da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Aos 18 anos, sensação do tênis mundial atualmente, o carioca tem conquistado resultados expressivos no circuito internacional. 

"[Sobre] Paris, a gente sempre ouve falar do Guga [Kuerten]. E foi o meu primeiro Grand Slam como juvenil, então eu acho esse torneio maravilhoso, o mais tradicional, o mais bonito e no saibro, que é a minha origem", disse aos jornalistas. "Paris realmente é diferente", reiterou.  

Em sua estreia na chave principal do torneio francês, Fonseca vai enfrentar na primeira rodada o polonês Hubert Hurkacz em confronto inédito no circuito internacional. "O jogo contra o Hurkacz vai ser bem difícil, um jogador com quem eu nunca treinei, vai ser uma experiência nova. Ele é um jogador experiente no tour, não é a melhor superfície dele [saibro], mas é um jogador top 30, que já foi top 10 e então vai ser muito difícil", acredita o jovem carioca.

A torcida mal pode esperar para vê-lo no torneio francês, que este ano espera receber 675 mil espectadores para quase 900 partidas. 

Daniela Campostrini, médica do Espírito Santo, veio conhecer o tradicional complexo esportivo, localizado na zona oeste de Paris. "É a minha primeira vez, estou achando incrível a organização", diz. "O Brasil está todo empolgado com o João Fonseca, já o compara com grandes atletas ganhadores de Grand Slam, o pessoal está empolgado", afirma. "Eu também adoro ver os jogos da Bia [Haddad]. Ela vem tendo umas quedas no rendimento, mas a gente tem esperança que ela vai superar", completa a torcedora.    

Outro brasileiro na chave principal é Thiago Monteiro, atualmente na posição 93 do ranking. Ele estreia contra o tcheco Vit Kopriva, 85º. "É um jogo duro, como todos. O Kopriva vem num grande ano, primeira vez que ele está no top 100, e vai ser um jogo parelho", diz o atleta sobre o primeiro adversário.  

"Sem dúvida a gente quer ir o mais longe possível, esse é sempre o objetivo. A gente vem se preparando bem apesar de não ter tido uma sequência de bons resultados nas últimas semanas, mas a gente sabe que no tênis um dia muda tudo, então tem que estar preparado para quando a oportunidade aparecer e conseguir agarrar e estar bem da melhor forma fisicamente", conta Thiago Monteiro.

No feminino, Bia Haddad, 23ª do mundo, é a única representante brasileira. Ela começa a campanha diante da americana Hailey Baptiste, número 70 do ranking mundial.  

A polonesa Iga Swiatek vai brigar pelo quinto título em Roland-Garros. E uma recompensa ainda maior. Este ano, a premiação aos vencedores do torneio vai ultraar os € 56 milhões (mais de R$ 369 milhões), um acréscimo de mais de 5% em comparação à edição de 2024. 

Nas duplas, o Brasil tem cinco representantes na disputa. Os principais nomes na competição são o mineiro Marcelo Melo e o gaúcho Rafael Matos.  

Homenagem à Nadal

Neste domingo, Roland-Garros prestará uma homenagem ao tenista espanhol Rafael Nadal, vencedor 14 vezes em Paris e que se aposentou do esporte no ano ado. Em entrevista à RFI, a diretora do torneio, Amélie Mauresmo, guarda segredo sobre a cerimônia. "O pedido dele é de que seja algo simples, como Rafael Nadal sempre foi nos jogos e como se comportava com os torcedores", observa. "Ele não gosta de estar no centro da atenção, mas após a sua história em Roland-Garros, o seu torneio favorito, ele queria que a homenagem fosse aqui. Faremos algo simples e autêntico", revela.  

Uma exposição dedicada a Nadal está em cartaz no Tenniseum, o museu do tênis de Roland-Garros. O público pode ver raquetes, tênis, fotografias e objetos que contam a trajetória do multicampeão. 

"É uma bela história no tênis, sobretudo aqui em Roland-Garros, a segunda casa dele. Ganhar 14 vezes é impressionante", avalia o canadense Carl Bernard. O turista disse ter ficado emocionado com o que viu. "Quero saber quem vai assumir o lugar de Nadal entre os mais jovens. Vai ser um bom momento, de fortes emoções", aposta.  

Além de Nadal, dois tenistas ses serão homenageados: Richard Gasquet, que vai se aposentar após sua última partida nesta edição, e Mary Pierce, a última sa a vencer Roland-Garros, em 2000, cuja conquista completa 25 anos. 

Tribuna Concorde 

O torneio de Roland-Garros será transmitido para 220 países. Este ano, numa parceria entre a Federação sa de Tênis e a Cidade de Paris, a partir da quarta-feira (4), uma área de entretenimento gratuita será montada na Praça da Concórdia. 

Uma conquista que Amélie Mauresmo celebra. A "Tribuna Concorde é uma chance para turistas e parisienses aproveitarem a experiência de Roland-Garros", explica. "Eu estou muito contente. Eu queria um espaço em Paris onde as pessoas pudessem se reunir em torno de Roland-Garros, sem precisar vir até aqui e pagar ingresso. Haverá arquibancadas, lanches, animações, será uma festa fora de Roland-Garros e isso é uma ótima novidade", conclui.  

O local terá capacidade para receber até 5 mil espectadores. Os visitantes poderão assistir às partidas em dois telões em arquibancadas ou espreguiçadeiras, no coração da capital, com DJs e apresentação dos troféus. 

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