EUA e Venezuela advertem seus cidadãos contra viagens ao outro país
WASHINGTON/CARACAS (Reuters) - Os Estados Unidos e a Venezuela advertiram seus respectivos cidadãos contra viajar para o outro país nesta terça-feira, com os EUA citando o risco de detenção indevida na nação sul-americana e a Venezuela dizendo que seus cidadãos são vítimas de abusos sistemáticos de direitos nos EUA.
"Os cidadãos americanos na Venezuela enfrentam um risco significativo e crescente de detenção indevida", disse o Departamento de Estado em um comunicado.
O departamento atribuiu à Venezuela, onde não há embaixada ou consulado dos EUA, seu alerta máximo de viagem -- Nível 4: Não Viajar. O órgão cita riscos como tortura em detenção, terrorismo, sequestro, práticas injustas de aplicação da lei, crimes violentos, distúrbios civis e assistência médica inadequada.
Os EUA afirmaram que há norte-americanos sendo detidos injustamente na Venezuela. Um homem foi libertado este mês, enquanto outros foram libertados em janeiro.
A Venezuela, por sua vez, emitiu um alerta de viagem para os EUA e pediu que seus cidadãos que vivem lá deixem o país.
"Os venezuelanos nos Estados Unidos são vítimas de um padrão sistemático de abusos de seus direitos humanos, sendo arbitrariamente detidos, separados de suas famílias e transportados para campos de concentração em terceiros países", disse o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, no Telegram.
A Venezuela condenou o uso pelo presidente Donald Trump de uma lei de 1798 para deportar centenas de migrantes dos EUA para a prisão mais famosa de El Salvador.
Neste mês, a Suprema Corte dos EUA manteve seu bloqueio ao uso da lei por Trump, criticando o governo norte-americano por tentar remover migrantes sem um processo legal adequado.
(Reportagem de Doina Chiacu em Washington e Vivian Sequera em Caracas)