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'Só negacionistas não vão abraçar agenda verde', diz Marina ao UOL

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Do UOL, em São Paulo

27/05/2025 16h48Atualizada em 27/05/2025 20h15

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a agenda verde é defendida em vários setores da sociedade, durante entrevista ao Canal UOL hoje.

O que aconteceu

Marina disse que está dialogando com os partidos sobre a importância da agenda verde. "Só os negacionistas que não vão assumir essa agenda. Tem dois tipos que não vão assumir essa agenda: os negacionistas e oportunistas. Os oportunistas vão para onde têm alguma vantagem individual. As pessoas que têm cabeça sabem que é fundamental a proteção do meio ambiente."

Mais cedo, a ministra afirmou que saiu fortalecida da sessão em que foi ofendida por senadores da Comissão de Infraestrutura hoje. "Saí dali mais fortalecida. Eles não conseguiram me intimidar. Não tem como intimidar quem tem uma causa", disse a ministra, em entrevista à GloboNews. "Sei exatamente que foram ditas palavras muito agressivas e desrespeitosas", afirmou.

Senador teve a chance de se desculpar, segundo Marina. "Sem a democracia a gente não podia nem estar debatendo. É claro que tem aqueles que têm saudade da ditadura e tentam intimidar, ameaçar, desqualificar, mas estamos na democracia e é isso que faz a diferença. Na democracia, eu dei a oportunidade para o senador se desculpar. Como ele não se desculpou, me dei o direito de sair da audiência."

Ministra foi ofendida pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM) e deixou o Senado. "Olhando para a senhora, estou falando com a ministra, e não com uma mulher", começou. "Eu sou as duas coisas", rebateu a ministra. "A mulher merece respeito, a ministra, não", respondeu ele.

"Ou ele me pede desculpa ou eu vou me retirar", condicionou Marina. Como Valério ignorou, a ministra recolheu seus papéis e deixou a Comissão de Infraestrutura do Senado, da qual era convidada. A sessão foi encerrada logo em seguida. O senador já é alvo de representação no Conselho de Ética por dizer que gostaria de enforcar a ministra.

A ministra afirma que se sentiu agredida com os ataques. "Ouvir alguém dizer para mim: 'Você tem que se pôr no seu lugar'. Ouvir de alguém dizer para mim, com 67 anos de idade, um senador dizer que iria me respeitar como mulher, não como ministra. Não fui convidada por ser mulher, mas por ser ministra. Eles acham que a gente tem que se submeter às grosserias, misoginia, machismo e ao racismo. Minha saída era não aceitar, não me calar."

Sem se manifestar nas redes sociais, o presidente Lula (PT) ligou para saber como ela estava, segundo a própria ministra. "Ele fez questão de dizer: 'ei a me sentir melhor depois que você tomou a decisão de se retirar daquela comissão. Você fez o que era certo, de não tolerar desrespeito'".

A primeira-dama, Janja, chamou os senadores de "um bando de misóginos". "Não têm a decência de encarar uma ministra da sua grandeza. Toda iração por você, Marina", concluiu a primeira-dama.

As colegas de Marina no governo já haviam saído em sua defesa. O grupo foi puxado por Gleisi Hoffmann, das Relações institucionais, que falou em nome do governo, e teve apoio de Anielle Franco (Igualdade Racial), Márcia Lopes (Mulheres), Margareth Menezes (Cultura) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas).

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