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Após 20ª participação em Roland-Garros, Marcelo Melo perde com Rafael Matos; dupla não pensa em desistir

28/05/2025 14h59

A estreia no torneio de duplas de Roland-Garros não foi como os brasileiros Rafael Matos e Marcelo Melo esperavam. Eles foram eliminados na primeira rodada da competição, ao serem derrotados pelo monegasco Romain Arneodo e o francês Manuel Guinard por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 6/4. Orlando Luz avança ao lado do croata Ivan Dodig para a próxima fase de duplas. 

Maria Paula Carvalho, de Roland-Garros

Depois de paralisar as partidas da tarde nas quadras descobertas, a chuva parou e o sol voltou a brilhar em Paris no momento em que o gaúcho Rafael Matos e o mineiro Marcelo Melo, 41 anos e experiente no Grand Slam francês, entraram em quadra. Porém, apesar dos golpes fortes e uma tentativa de virada, eles não conseguiram ar pela dupla franco-monegasca Romain Arneodo e Manuel Guinard. 

"Hoje eles foram superiores no jogo, tecnicamente eles jogaram melhor do que a gente, criaram mais oportunidades e acabaram concretizando", avaliou Rafael, após a partida. "Nós tentamos uma reviravolta, mas não conseguimos concretizar isso", acrescentou. 

Os brasileiros Matos e Melo voltam à França depois de terem participado, em fevereiro, da primeira rodada dos qualifiers da Copa Davis 2025, a competição por países do tênis mundial, quando enfrentaram a equipe sa. Na ocasião, eles foram derrotados e o Brasil perdeu para os donos da casa. Na época, ambos já depositavam muita esperança nos resultados de Roland-Garros.

"A gente tinha uma expectativa alta para esse torneio, a gente tinha bastante ilusão de ir bem aqui", lamenta Rafael. "Roland-Garros é um dos meus torneios preferidos, agora estamos tristes, mas tem que ter cabeça fria e bola pra frente", disse. 

"Certamente, se a gente tivesse um pouquinho mais de confiança ou ritmo, a gente poderia ter tido um resultado diferente", analisou Marcelo Melo, após o jogo desta tarde, destacando que a derrota não significa que o trabalho da dupla esteja em risco. "Vamos para os torneios de grama agora, ano ado a gente fez uma boa sequência nesse tipo de quadra e espero ir bem de novo", disse. "A gente não desaprendeu a jogar tênis, não estamos desmotivados, nada disso", reforça. 

Homenagem pelos 20 anos

Marcelo Melo foi o único tenista brasileiro a conquistar o título de duplas masculinas de Roland-Garros, em 2015. O mineiro foi campeão, levantando o troféu ao lado do croata Ivan Dodig, ao vencer a então dupla número 1 do mundo, os gêmeos americanos Bob e Mike Bryan. 

Em sua 20ª participação no Grand Slam francês, Marcelo Melo foi homenageado pela organização do torneio. "Eles me deram uma réplica da porta do locker (armário) que utilizamos na quadra Philippe-Chatrier, uma lembrança pelos 20 anos", diz "Atrás, tem todas as vezes que eu joguei aqui. É bacana. Quem sabe eu venho buscar uma porta de 25 anos", promete o jogador. "O Rafael quer que eu jogue até os Jogos Olímpicos, eu posso tentar, pois a gente está jogando bem, em todas as superfícies", avalia. 

"A gente sempre apoia um ao outro, procurando não nos importar com os erros, afinal somos um time e estamos firmes", conclui Matos. 

Outros brasileiros em quadra

Além deles, o gaúcho Marcelo Demoliner jogou ao lado do chileno Nicholas Jarry contra a dupla formada pelo holandês Sander Arends e o britânico Luke Johnson. Demoliner e Jarry perderam de virada por 2 sets a 1.

"Foi uma partida muito dura, de alto nível, a gente começou muito bem no primeiro set, sacando e devolvendo muito bem", avaliou Demoliner, após a partida. "No segundo set, os adversários subiram de nível, a gente teve chance para recuperar, mas eles jogaram melhor", continua. "No terceiro set, tivemos uma quebra de saque mas não conseguimos manter o ritmo", diz o jogador, lamentando a perda de um match point. 

Marcelo Demoliner comemora, no entanto, a sua recuperação física. "Eu estou contente da minha forma física, após anos de recuperação de uma cirurgia complicada no joelho", afirma o atleta de 36 anos, que pretende continuar jogando profissionalmente.  

Outro gaúcho, Orlando Luz, jogou ao lado de Ivan Dodig, da Croácia, contra os ses Geoffrey Biancaneaux e Valentin Royer. Eles venceram os donos da casa por 2 sets a 1, também de virada. "Estou muito feliz de conseguir essa vitória com o Ivan, que é um jogador experiente eu sabia que isso faria a diferença nos momentos de decisivos", disse em entrevista após o jogo. 

Orlando Luz, que já chegou à final de duplas e semi-final de simples na categoria Júnior de Roland-Garros, sonha em avançar no torneio. "Se tivesse que definir Roland-Garros em uma palavra, eu diria história", comenta. "É pelo Guga [Kuerten] e pela tradição do saibro, que a gente tem na América do Sul e no Brasil, onde nem temos quadras rápidas ou de grama para treinar", diz. "Essa vontade de entrar e ganhar aqui todos os brasileiros têm", resume.  

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