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Torres desiste de Guedes como testemunha e pede para Moraes intimar general

do UOL

Colunista do UOL, em Brasília

29/05/2025 09h36Atualizada em 29/05/2025 21h51

A defesa de Anderson Torres desistiu de ter Paulo Guedes, ex-ministro da Economia na gestão Jair Bolsonaro (PL), como testemunha no processo sobre tentativa de golpe de Estado. Os advogados também pediram a intimação de um general que faltou ao depoimento ontem.

O que aconteceu

Inicialmente seis integrantes do governo de Bolsonaro iriam prestar depoimento hoje, mas só três acabaram sendo ouvidos. Além de Guedes, a defesa de Torres desistiu dos depoimentos de Célio Faria Júnior (Secretaria de Governo) e Adler Anaximandro Cruz e Alves (AGU substituto).

Guedes, Célio e Adler foram dispensados como testemunhas no início da sessão. A reportagem apurou que a defesa não conseguiu contato com Guedes e optou por dispensá-lo, além dos outros dois.

General Dutra falta e é intimado. Ontem, o general Gustavo Henrique Dutra, do Comando Militar do Planalto, havia sido chamado para prestar depoimento, mas não compareceu. A defesa de Torres pediu a intimação dele, o que foi atendido. Ele deverá participar da audiência marcada para segunda-feira (2), a partir das 15h.

Objetivo é ouvir o general para esclarecer ações em relação ao acampamento golpista montado em Brasília no final de 2022. Integrantes desse acampamento em frente ao QG do Exército invadiram e depredaram a Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Na manhã desta quinta, três ex-ministros da área jurídica participaram da audiência. Foram eles Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União). Adolfo Sachsida (Minas e Energia) também foi ouvido.

Todos negaram ter discutido golpe, mas confirmaram que o ex-presidente questionou a lisura do pleito eleitoral de 2022. Segundo eles, Bolsonaro apenas fez perguntas sobre o processo e nunca abordou nada ilegal.

Bianco disse que, durante uma reunião depois da eleição, Bolsonaro perguntou como o pleito tinha se desenrolado. Ele disse ter respondido que não houve problema jurídico e que a eleição foi transparente. Bolsonaro se deu por satisfeito, segundo Bianco.

Ele também foi questionado sobre detalhes da reunião, como quem estava presente. Disse que não se lembrava de todos, "mas pelo menos os generais das Forças [Armadas]".

Wagner Rosário foi questionado sobre uma reunião de 5 de julho de 2022. Disse que não lembrava de muitos detalhes, mas que o principal foi uma discussão sobre o processo eleitoral e a forma como as instituições iriam agir na fiscalização para evitar eventuais problemas no sistema de votação.

Adolfo Saschida também foi questionado sobre a reunião ministerial de julho de 2022. Disse ter cobrado empenho dos ministros para defender mais o governo. Afirmou que o tema urna eletrônica também foi pauta, mas que não havia novidades ou grandes surpresas, uma vez que muitas pessoas no Brasil questionam as urnas.

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