Israel aceita trégua em Gaza, mas Hamas diz que 'não atende exigências'

A Casa Branca informou que Israel aceitou hoje uma proposta de cessar-fogo em Gaza apresentada pelos Estados Unidos. O Hamas, no entanto, disse que os termos do acordo de trégua "não atendem as exigências" do grupo extremista.
O que aconteceu
Israel aprovou proposta do governo norte-americano, que também foi apresentada ao Hamas. "As conversas continuam e esperamos que haja um cessar-fogo em Gaza para que possamos devolver todos os reféns para casa", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Famílias dos reféns mantidos em Gaza foram comunicados sobre a proposta, que prevê a libertação de alguns dos capturados pelo Hamas em outubro de 2023. Apesar do comunicado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao grupo,maiores detalhes do acordo não foram divulgados pelos governos dos Estados Unidos e de Israel.
Hamas contesta proposta de cessar-fogo. Um dirigente do movimento disse à AFP que os termos do acordo proposto pela Casa Branca "não atendem as exigências" do grupo. Anteriormente, o grupo havia dito que recebeu e estava estudando os termos do acordo.
O que diz a proposta de acordo?
A proposta inclui a libertação de dez reféns israelenses vivos mantidos pelo Hamas, segundo a imprensa israelense. Das 251 pessoas sequestradas em Israel pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 57 permanecem detidas em Gaza, sendo que 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
Em troca, haveria uma trégua de 70 dias. Além disso, também são previstas a retirada parcial de Israel do território e a libertação de vários prisioneiros palestinos.
O acordo foi apresentado pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff. Ele também esteve envolvido em negociações anteriores, que resultaram no último acordo de trégua.
Pressão internacional
Os ataques israelenses foram intensificados em 17 de maio, quando o exército lançou uma nova ofensiva. O objetivo declarado por Israel é eliminar o Hamas, libertar os reféns e tomar o controle total do enclave.
Desde então, a pressão internacional contra a guerra aumentou. No domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse esperar que a situação no enclave "chegue ao fim o mais rápido possível". Trump é o principal aliado de Benjamin Netanyahu no conflito.
Quase 54 mil palestinos, a maioria civis, morreram desde o início da guerra em Gaza. As ofensivas começaram após um ataque do Hamas em Israel em outubro de 2023, quando 1.218 pessoas morreram.
(Com AFP e Reuters)