Sede da Petrobras amanhece com cartazes de protesto contra petróleo na Amazônia
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A sede da Petrobras no centro do Rio de Janeiro amanheceu nesta sexta-feira coberta por faixas e colagens com mensagens contra a exploração de petróleo e os seus efeitos ao meio ambiente.
"Amazônia ou Petróleo: de que lado você está?", dizia uma faixa, apontando o que os manifestantes chamaram de "incoerência" do governo brasileiro de seguir apostando na exploração de petróleo na Amazônia, enquanto busca se posicionar como liderança climática global.
A ação foi promovida pelas organizações 350.org, Climainfo, Coiab, Nossas, Observatório do Clima, GTA, Arayara e pela iniciativa Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis.
Algumas colagens mostravam animais marinhos e até mesmo uma criança cobertos de óleo. Os cartazes foram colados nas proximidades da empresa e em muros provisórios instalados na sede da Petrobras, que está em reformas.
O protesto ocorre após a Petrobras ter conseguido um avanço para a última etapa no processo de licenciamento que visa a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas, em águas ultraprofundas do Amapá, com o objetivo de abrir uma nova fronteira exploratória.
Outros cartazes ostentavam frases como "Ondas de calor Rio 60°" e "Enchentes, alagamentos e deslizamentos: um oferecimento, Petrobras", chamando a atenção para efeitos do aquecimento global e sua relação com a queima de combustíveis fósseis.
A petroleira estatal busca há anos um aval do órgão ambiental federal Ibama para perfurar na Bacia da Foz do Amazonas, que traz um amplo potencial para descobertas importantes de petróleo, mas imensos desafios socioambientais.
"O avanço do licenciamento do bloco FZA-M-59 (na Foz do Amazonas) é um contrassenso à pretensão do Brasil de se apresentar como líder no debate climático. É preciso escolher, Amazônia ou petróleo", afirmaram em nota os organizadores do protesto.
Neste mês, o Ibama aprovou plano apresentado pela Petrobras para realização de vistorias e simulação de resgate de animais na Bacia da Foz do Amazonas, o que seria a última etapa antes do órgão decidir se a petroleira poderá perfurar a região, ainda sem previsão.
(Por Marta Nogueira)