Tribunal de Apelações mantém tarifas de Trump até julgamento do mérito

O Tribunal de Apelações de Washington suspendeu ontem a decisão do Tribunal Internacional de Comércio que havia derrubado as tarifas impostas por Donald Trump a todos os países do mundo, na quarta-feira.
A decisão tem caráter provisório, até o julgamento pela corte de apelações sobre o mérito da contestação feita pelo governo americano à sentença de anteontem.
Os três juízes do tribunal de comércio julgaram que Trump não tem o direito de invocar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Nacional, de 1977, para "impor uma tarifa ilimitada a produtos de praticamente qualquer país".
O instrumento foi usado pelo governo para a imposição das chamadas "tarifas recíprocas", que têm uma alíquota mínima de 10% (inclusive para o Brasil) e de 30% para a China e para uma outra categoria de impostos, específica para México, Canadá e China.
Ontem, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump está disposto a ir até a Suprema Corte para manter as tarifas.
Hamas rejeita cessar-fogo
O Hamas rejeitou o novo plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza aceito pelo governo israelense e proposto pelos EUA, principal apoiador, financiador e fornecedor internacional de armas para Israel.
Em comunicado, o porta-voz do grupo palestino Basem Naim disse que a proposta "não atende a nenhuma das justas e legítimas demandas do nosso povo, entre elas o fim imediato das hostilidades e da catástrofe humanitária em Gaza."
O texto não foi divulgado oficialmente. Segundo jornais israelenses, o acordo incluiria uma trégua de 60 dias para a entrega a Israel de 10 reféns vivos e do corpo de 18 mortos em troca da libertação de prisioneiros palestinos e a permissão de Israel para que a ONU distribua alimentos e remédios para a população.
O acordo anterior, também intermediado pelos EUA em janeiro, foi descumprido unilateralmente por Israel, que voltou a realizar bombardeios diários e impediu a entrada de comida no território por mais de dois meses e meio.
Gaza é o "lugar mais faminto do mundo", diz hoje Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
Adeus a Musk
Elon Musk, o homem mais rico do mundo, se despede hoje do governo Trump. Ele e o presidente darão uma entrevista coletiva na Casa Branca para marcar a ocasião.
O bilionário assumiu o recém-criado Departamento de Eficiência do Governo há pouco mais de 4 meses com a promessa de cortar US$ 2 trilhões do Orçamento americano, meta que foi posteriormente reduzida para US$ 1 trilhão e, finalmente, para US$ 150 bilhões.
Segundo a última divulgação, os cortes chegaram a US$ 175 bilhões, mas a cifra é contestada por vários analistas.
A medida mais polêmica tomada na sua gestão foi o fechamento da Usaid, a agência de ajuda internacional do governo dos EUA.
Musk deve se dedicar agora às suas empresa, sobretudo a Tesla, que viu suas vendas despencaram ao redor do mundo em parte por causa do boicote de consumidores insatisfeitos com sua proximidade com Trump e de suas declarações de apoio a políticos e políticas de direita e extrema-direita.
Justiça anula julgamento sobre morte de Maradona
A Justiça argentina anulou ontem o julgamento de sete acusados de homicídio de Maradona.
A decisão foi tomada após o impedimento da juíza Julieta Makintach, que participou da gravação de cenas para um documentário durante os trabalhos no Tribunal de San Isidro sem o conhecimento dos participantes e em violação à lei.
Com a decisão, foram anuladas as 20 audiências, nas quais mais de 40 testemunhas prestaram depoimento, incluindo três filhas de Maradona.
Um novo julgamento deve ser marcado, mas não há nenhum prazo determinado para que isso aconteça.
Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, em condições precárias em uma casa alugada em um condomínio de San Andrés, ao norte de Buenos Aires.
Presidente do Conselho Europeu defende acordo com Mercosul
O presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro português António Costa, disse ontem esperar que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul seja concluído em dezembro.
"Em dezembro o Brasil recebe a cimeira (cúpula) do Mercosul e vamos trabalhar para que isso seja possível", acrescentou.
A afirmação foi feita ontem em São Paulo, após Costa discursar no Fórum de Investimentos Brasil-UE. Segundo ele, a Comissão Europeia - órgão executivo da UE - deve entregar a versão do acordo traduzida para todas as línguas oficiais do bloco entre junho e julho para deliberação dos países-membros.
O texto tem de ser aprovado pelo Parlamento e Europeu e pelo Conselho, que reúne os líderes de cada país.
O acordo UE-Mercosul enfrenta resistências de alguns países europeus, sobretudo a França, que temem a concorrência no setor agrícola. A oposição ao tratado, porém, foi enfraquecida pela guerra comercial iniciada por Trump.
Na semana que vem, Lula irá a Paris e a mais três cidades sas e deve discutir o tema com o presidente Emmanuel Macron.