Hamas responde proposta de trégua dos EUA e prevê libertar 10 reféns
Hamas responde proposta de trégua dos EUA e prevê libertar 10 reféns - Acordo foi desenhado pelos EUA e acatado por Israel. Grupo palestino, porém, não informou se aceitou demais dispositivos e pede fim definitivo da guerra.O Hamas disse que respondeu neste sábado (31/05) uma proposta de cessar-fogo costurada pelos EUA e Israel. O grupo militante palestino disse que acatou um pedido de libertação de dez reféns vivos, mas pediu garantias de que a trégua leve ao fim permanente da guerra.
"Essa proposta visa alcançar um cessar-fogo permanente, uma retirada abrangente da Faixa de Gaza e garantir o fluxo de ajuda ao nosso povo e às nossas famílias", disse o grupo em um comunicado.
O Hamas não informou explicitamente se concordou com os demais pontos da proposta que recebeu na quinta-feira, mas confirmou que aceitou a libertação de reféns.
"Como parte desse acordo, 10 prisioneiros vivos da ocupação mantidos pela resistência serão libertados, além da devolução de 18 corpos, em troca de um número acordado de prisioneiros palestinos", acrescentou.
De acordo com a Casa Branca, Israel aceitou a proposta dos EUA para um cessar-fogo temporário da guerra em Gaza e agora deve avaliar as novas demandas do Hamas.
As propostas preveem uma trégua de 60 dias e a troca dos reféns por 1,2 mil prisioneiros e detentos palestinos.
Uma autoridade palestina familiarizada com as negociações disse à agência de notícias Reuters que entre as emendas que o Hamas está buscando está a libertação dos reféns em três fases ao longo da trégua de 60 dias e mais distribuição de ajuda em diferentes áreas.
O Hamas também quer garantias de que o acordo levará a um cessar-fogo permanente, disse a autoridade.
Na sexta-feira, o governo israelense disse que se o grupo palestino não aceitasse a trégua, "seria aniquilado". O Hamas tem afirmado que qualquer acordo deve estabelecer um caminho para um fim permanente da guerra, algo a que Israel tem resistido.
Retomada da ofensiva militar
Um avanço nas negociações tem sido difícil desde que um cessar-fogo anterior foi interrompido em 18 de março com a retomada das operações israelenses. Segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, as partes estavam "muito próximas de um acordo".
Dos 251 reféns capturados durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 que desencadeou a guerra, 57 permanecem em Gaza, incluindo 34 que os militares israelenses dizem estar mortos.
"Após 603 dias de guerra, queremos lembrar a todos que a guerra é um meio, não um fim em si mesma", disse o principal grupo que representa as famílias dos reféns em um comunicado.
A sociedade israelense está "unida em torno de um consenso" de trazer para casa todos os reféns restantes "mesmo ao custo de acabar com a guerra", acrescentou o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos.
"Lugar mais faminto da Terra"
No entanto, Israel mantém uma ofensiva militar e vem sofrendo críticas internacionais cada vez mais fortes em relação à situação humanitária no território palestino, onde as Nações Unidas alertaram recentemente que toda a população corre o risco de ar fome.
Esta semana, um porta-voz da agência humanitária da ONU chamou o território palestino de "o lugar mais faminto da Terra".
A ajuda só voltou a chegar a Gaza depois que Israel suspendeu parcialmente um bloqueio de mais de dois meses.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) disse neste sábado que 77 caminhões carregados de farinha foram parados e saqueados por pessoas famintas em Gaza.
"Todos os caminhões foram parados ao longo do caminho, com alimentos levados principalmente por pessoas famintas que tentavam alimentar suas famílias", disse o PMA em um comunicado publicado no X.
"Depois de quase 80 dias de um bloqueio total, as comunidades estão ando fome – e não estão mais dispostas a ver a comida ar por elas", disse o PMA.
O PMA pediu a Israel que "leve volumes muito maiores de assistência alimentar para Gaza mais rapidamente”, dizendo que o desespero estava "contribuindo para o aumento da insegurança”.
O Ministério da Saúde de Gaza, istrado pelo Hamas, calcula que 4.117 pessoas foram mortas no território desde que Israel retomou sua ofensiva em 18 de março, elevando o número total de mortos na guerra para 54.381, a maioria civis.
O ataque do Hamas contra Israel resultou na morte de 1.218 pessoas, a maioria civis.
gq (reuters, afp, dw)