De Maluf a Zambelli: agentes políticos brasileiros já listados na Interpol

Foragida da Justiça brasileira na lista da Interpol há três dias, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) ou a fazer parte de um grupo de agentes políticos brasileiros já procurados pela polícia internacional há ao menos 15 anos.
Quem são eles
Paulo Maluf permaneceu na lista da Interpol por sete anos. Ele foi incluído na relação em 2010 por crimes relacionados ao desvio de US$ 11 milhões (mais de R$ 60 milhões pela cotação atual) em fundos públicos brasileiros entre 1996 e 2005.
Medida impediu Maluf de deixar o país. Em 2017, o político foi condenado por lavagem de dinheiro em processo aberto a partir das investigações de corrupção e desvio de dinheiro das obras. Em março de 2024, a Suprema Corte da Suíça determinou a devolução ao Brasil de US$ 16,3 milhões (mais de R$ 90,5 milhões) bloqueados em contas bancárias ligadas ao ex-prefeito de São Paulo.
Condenado por mensalão foi incluído na lista em novembro de 2013. Mesmo com dupla cidadania, Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, foi extraditado da Itália para o Brasil em 2015 sob a acusação de ter autorizado rees de dinheiro em favor de empresas do publicitário Marcos Valério, apontado como operador de um esquema de compra de votos.
O ex-diretor foi solto em 2017. Em seguida, o STF concluiu que ele se enquadrava nos requisitos do indulto do então presidente Michel Temer (MDB). Três anos depois, ele teve a pena extinta.
Condenados do 8/1 não entraram na lista, mas foram localizados pela Interpol
Interpol encontrou condenados do 8/1. Investigados e condenados pelos ataques aos Três Poderes no 8 de Janeiro fugiram da Argentina, onde já eram considerados foragidos, e chegaram ao Peru e à Colômbia no fim de 2024. Embora tenham sido identificados pela Interpol, a polícia internacional não concede difusão vermelha a crimes considerados "políticos".
Ao menos quatro fugitivas dos ataques foram presas ao tentar entrar ilegalmente nos EUA. Três delas foram detidas no dia seguinte à posse de Donald Trump, em janeiro deste ano. Mais de 30 foragidos deixaram a Argentina em grupos após o país começar a prender brasileiros com pedidos de extradição do STF.
Pedidos negados pela Interpol
STF pediu inclusão de dois apoiadores de Jair Bolsonaro na lista. Em dezembro de 2022, a Interpol decidiu não incluir o influenciador Allan dos Santos na sua difusão vermelha por falta de informações. Ele havia tido sua prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação ao crime. O influenciador mora nos EUA desde 2020.
Interpol também negou pedido por inclusão na lista de envolvido em atos de vandalismo em Brasília em dezembro de 2022. Em abril deste ano, a Justiça espanhola negou pedido de extradição do governo brasileiro alegando perseguição política a Oswaldo Eustáquio.