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Dois detidos de Guantánamo acusam Reino Unido de 'cumplicidade' em suas torturas

11/06/2025 14h49

Os advogados de dois detidos na base militar americana de Guantánamo, em Cuba, denunciaram perante a Justiça em Londres, nesta quarta-feira (11), as agências de inteligência britânicas de terem sido "cúmplices" da CIA em suas torturas, após os atentados do 11 de Setembro de 2001.

Este julgamento, "sem precedentes" segundo a organização de combate à tortura Redress, acontece até sexta-feira perante o Tribunal de Poderes Investigativos (IPT, na sigla em inglês), o tribunal que julga as ações contra agências de inteligência britânicas.

O processo foi iniciado por uma denúncia apresentada pela Redress em 2021, especificamente contra o MI5 e o MI6, os serviços de inteligência nacionais e estrangeiros, por seu "possível envolvimento" na tortura infligida a um dos detidos, Mustafa al Hawsawi.

A questão é saber se essas agências foram "cúmplices" da CIA ao "fornecer perguntas ou informações" a agentes americanos para uso durante o interrogatório de Mustafa al Hawsawi, ou ao "receber informações" obtidas durante o interrogatório, resumiu Edward Craven, advogado da Redress, perante o tribunal.

Mustafa al Hawsawi foi capturado no Paquistão em 2003, acusado pelos Estados Unidos de envolvimento nos ataques do 11 de Setembro de 2001.

Este cidadão saudita, nascido em 1968, permanece detido na base militar americana na Baía de Guantánamo, em Cuba.

"Não há dúvida de que ele foi submetido às torturas mais brutais", disse o advogado, referindo-se à simulação de asfixia, privação de sono e estupro.

O outro detido em Guantánamo neste caso é Abd al Rahim al Nashiri, suspeito de ser o cérebro do ataque de 2000 ao navio americano "USS Cole", no Iêmen, que matou 17 pessoas.

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© Agence -Presse

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