Zelador é preso por engano e precisa fazer empréstimo para pagar advogado

Um homem foi preso por engano pela Polícia Militar do Distrito Federal, na semana ada, e precisou realizar um empréstimo para conseguir contratar advogado, provar inocência e deixar a cadeia.
O que aconteceu
Francinildo Moura dos Santos, 46, foi preso sob a acusação de furto. No dia em que foi detido, ele, que trabalha como zelador há dois anos em um condomínio de Águas Claras, estava no serviço quando foi levado algemado na frente de seus colegas de trabalho.
O zelador ouviu dos policiais que ele era considerado foragido da Justiça. Segundo Francinildo, os PMs disseram que ele havia sido condenado a dois anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Ele chegou a afirmar que era inocente, mas foi encarcerado mesmo assim.
"Me botaram no cubículo [da viatura]. Eu falei: 'Eu vou ar essa vergonha na frente do meu serviço? Não tem como eu ir na frente não?' [O policial] falou que tinha que ser atrás mesmo. Me botou atrás e me levou pra delegacia", declarou em entrevista à TV Globo.
Erro foi constatado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. No mesmo dia em que o porteiro foi preso, o TJDF apontou que houve um equívoco na expedição do mandado de prisão que, na realidade, é de um processo contra uma mulher, esta, sim, condenada por furto. Como o caso corre em segredo de Justiça, maiores detalhes não foram divulgados.
Francinildo diz que foi submetido a uma situação vexatória perante a família e os colegas. "Eu não queria ar aquela vergonha. Você é pai de família, acorda 5h30 da manhã, chega no serviço e é preso".
Após ficar constatada a inocência, ele conseguiu retomar o emprego. No entanto, para conseguir deixar a cadeia, Francinildo precisou fazer um empréstimo para custear um advogado criminalista e, agora, está com uma dívida a ser paga. Os moradores do prédio em que trabalha se reuniram e organizaram uma "vaquinha" para ajudá-lo.
Defesa de Francinildo vai ajuizar uma ação contra o Distrito Federal. O zelador vai pedir reparação pelos danos morais e materiais sofridos, como a situação de constrangimento, humilhação e abalo psicológico às quais foi submetido.
Em nota, o TJDF itiu que houve uma falha e disse ter instaurado processo para apurar o erro. "No mesmo dia, o equívoco na expedição do mandado foi verificado pela vara, ocasião em que foi expedido contramandado para a soltura de Francinildo Moura dos Santos. Ele foi solto em 13 de maio, no mesmo dia da prisão, sem ar por audiência de custódia".
A Polícia Militar do Distrito Federal não comentou o caso. O espaço segue aberto para manifestação.