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Brasil tem 2,4 milhões de pessoas com autismo, aponta Censo

23/05/2025 20h42

Brasil tem 2,4 milhões de pessoas com autismo, aponta Censo - Número equivale a 1,2% da população. É a primeira vez que o IBGE faz um levantamento do tipo no país. No total, 14,4 milhões de pessoas (7,3%) têm alguma deficiência.No Brasil, 2,4 milhões de pessoas foram diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que corresponde a 1,2% da população. É o que apontam dados específicos sobre pessoas com deficiência coletados ao longo do Censo de 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgados nesta sexta-feira (23/05).

Para chegar a esses números, os pesquisadores do Censo perguntaram aos participantes se eles já tinham sido diagnosticados com autismo por algum profissional de saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o TEA engloba uma série de condições caracterizadas por algum grau de dificuldade para interagir socialmente e se comunicar, bem como por padrões atípicos de atividades e comportamentos. É chamado de espectro porque pode se manifestar de maneiras e intensidades distintas, requerendo acompanhamentos específicos.

Segundo o IBGE, a prevalência de autismo é maior entre crianças e adolescentes: 2,1% no grupo de 0 e 4 anos de idade, 2,6% entre 5 e 9 anos, 1,9% entre 10 e 14 anos e 1,3% entre 15 e 19 anos. Esses percentuais representam, ao todo, 1,1 milhão de pessoas de 0 a 14 anos com autismo. Nos demais grupos etários, os percentuais oscilam entre 0,8% e 1,0%.

Isso, segundo o IBGE, não necessariamente é sinal de que a incidência de autismo esteja aumentando nos jovens, e sim reflexo dos avanços da medicina diagnóstica e do o facilitado, nos últimos anos, a informações sobre o TEA.

Há ainda diferenças de gênero, com 1,4 milhões de homens autistas (1,5%) contra 1 milhão de mulheres diagnosticadas (0,9%). A prevalência entre homens é maior em todos os grupos etários até 44 anos.

A incidência de autismo também é ligeiramente maior entre pessoas que se declararam brancas (1,3%). Entre indígenas, esse percentual é de 0,9%; entre negros (pretos e pardos), de 1,1%; e entre amarelos, de 1,2%.

7,3% da população brasileira tem alguma deficiência

Ainda segundo o Censo 2022, 14,4 milhões de pessoas com dois anos de vida ou mais têm alguma deficiência, o equivalente a 7,3% da população. Considerando os domicílios, porém, a incidência é maior: de cada 100 lares brasileiros, 16 têm ao menos um morador com deficiência.

Boa parte (7,9 milhões) tem dificuldade de enxergar, mesmo usando óculos. Outros 5,2 milhões têm mobilidade reduzida, mesmo com uso de prótese ou outro aparelho de auxílio, enquanto 2,6 milhões têm problemas de audição, mesmo com o uso de aparelhos auditivos. Outras 2,7 milhões de pessoas têm dificuldades na coordenação motora fina, enquanto um número igual tem limitações nas funções mentais. Somados, esses números excedem 14,4 milhões porque algumas pessoas têm mais de uma deficiência.

O número de mulheres com deficiência (8,3 milhões) supera o de homens nessa condição (6,1 milhões). E a maioria (45,4%) são idosos com 60 anos ou mais.

A proporção de pessoas com deficiência aumenta conforme a idade avança: enquanto esse percentual é de 2,2% na população de 2 a 14 anos, esse número sobe para 5,4% na faixa dos 15 aos 59 anos e chega a 27,5% entre as pessoas com 70 anos ou mais.

O Censo também revelou abismos na educação de pessoas com deficiência. Nessa parcela da população, a taxa de analfabetismo é muito maior: 21,3% contra 5,2% na população sem deficiência. E 63,1% das pessoas de 25 anos ou mais com deficiência não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental. Entre as pessoas sem deficiência, essa proporção era quase a metade (32,3%). Entre os que concluíram o ensino superior, a proporção é de 7,4% com deficiência contra 19,5% da população sem deficiência.

ra (ots)

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