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Especialistas da ONU consideram ataques de drones russos contra a Ucrânia 'crimes contra a humanidade'

28/05/2025 10h12

As Forças Armadas russas cometeram "crimes contra a humanidade" e "crimes de guerra" durante seus ataques com drones contra civis na região de Kherson, na Ucrânia, segundo um relatório investigativo de especialistas das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira (28).

A Comissão Internacional Independente de Investigação sobre a Ucrânia, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, afirmou que as Forças Armadas russas estavam "sistematicamente" atacando civis. 

Os ataques com drones russos estão em evidência, já que Moscou lançou alguns dos bombardeios mais intensos com mísseis e drones em sua guerra de três anos na Ucrânia, o que levou o presidente americano, Donald Trump, a expressar uma crescente frustração com o presidente russo, Vladimir Putin, chamando-o de "totalmente louco". 

"As Forças Armadas russas cometeram crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, e crimes de guerra ao atacar civis durante vários meses de ataques com drones contra a população civil na margem direita do Dnieper, na província de Kherson", concluiu a investigação.

A investigação determinou que o objetivo principal dessas ações era "semear o terror entre a população civil, o que constitui uma violação do direito internacional humanitário". 

"Os ataques continuam no momento da publicação deste relatório", acrescentaram os especialistas, em um tom categórico incomum para esse tipo de relatório. 

A investigação afirma que, desde julho do ano ado, operadores de drones militares russos na margem esquerda do Dnieper atacam civis "sistematicamente" e "miram em ambulâncias". 

A comissão investigou os ataques em Kherson e em 16 outros locais, geolocalizando vídeos e consultando fontes abertas. 

Os especialistas afirmam que a Rússia utiliza drones civis, muito fáceis de obter, e os utiliza para fins militares, além de usar dispositivos explosivos. 

"Vários canais russos do Telegram vinculados às unidades militares responsáveis, alguns com milhares de seguidores, divulgaram centenas de vídeos dos ataques com imagens transmitidas pelos mesmos drones", observaram os especialistas.

Os vídeos "não deixam dúvidas de que os civis eram seu alvo", acrescentaram os investigadores. 

A comissão também observou que a publicação de vídeos que mostram civis mortos e feridos constitui "um crime de guerra, pois é um atentado à dignidade da pessoa". 

A Rússia lançou uma invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022 e o Conselho de Direitos Humanos da ONU abriu uma investigação em março daquele ano.

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© Agence -Presse

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