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Aumento da IOF surpreende mercado, derruba a Bolsa e dólar fecha em alta

Dólar, a moeda americana - Pixabay
Dólar, a moeda americana Imagem: Pixabay

Do UOL, em São Paulo

22/05/2025 15h21Atualizada em 22/05/2025 17h15

Após a decisão do governo Lula (PT) de congelar R$ 31,3 bilhões do Orçamento, a Bolsa de Valores brasileira ultraou os 138 mil pontos e o dólar comercial intensificou sua queda. Minutos depois, no entanto, a moeda americana começou a se valorizar e a Bolsa ou a cair. Depois de recuar 0,58% e ser vendido a R$ 5,611, o dólar fechou a quinta-feira 0,32% mais caro que no dia anterior, vendido a R$ 5,661.

O mercado ficou insatisfeito com a decisão do governo de aumentar o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras), anúncio feito junto com o congelamento de gastos, e em razão do aumento das despesas e da queda na arrecadação federal. A instabilidade nos Estados Unidos também causou instabilidade.

O que aconteceu

O dólar comercial caiu o equivalente a três centavos ao longo dia. Depois de fechar o pregão de ontem valendo R$ 5,643, a divisa americana caiu após o anúncio do congelamento, quando chegou a ser comercializada a R$ 5,611. Minutos depois, no entanto, a moeda ou a se valorizar, ultraando o patamar do dia anterior.

O dólar para viagens seguiu tendência parecida. Apos atingir a máxima de R$ 5,888, o dólar turismo era vendido por R$ 5,852 às 15h41, queda de 0,35% e relação ao fechamento de quarta. Após os anúncios, no entanto, seu valor subiu para R$ 5,865 e queda de apenas 0,13%.

Bolsa cai

Já a Índice Bovespa operou o dia todo em alta até o anúncio. Após despencar 1,59% na quarta, a Bolsa de Valores brasileira operou em estabilidade até os primeiros rumores sobre o corte orçamentário, às 14h14, quando deu um salto, rompendo os 138 mil pontos. Às 15h22, operava em alta de 0,38% em comparação com o fechamento do dia anterior. Logo em seguida, no entanto, ela despencou e, às 17h13, operava em queda de 0,44% e 137.272,59 pontos.

A valorização da moeda e a queda da bolsa se devem a diversos fatores, como aumento do IOF. Hoje, o governo Lula anunciou o congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2025. Apesar do otimismo gerado pela medida, no mesmo dia o governo informou a elevação do imposto, desagradando o mercado.

"Não temos explicações sobre o aumento do IOF", diz Felipe Sant'Anna. Segundo o especialista em investimentos do grupo Axia Investing, "o mercado está reagindo multo mal" à correção do imposto. "O clima é de velório."

O aumento das despesas do governo também pegou mal. A estimativa do Relatório de Avaliação do Orçamento é de crescimento dos gastos acima de 4% da inflação prevista para 2025. "O controle do crescimento dos gastos ainda se mostra desafiador", avalia Rafaela Vitoria, economista sênior do banco Inter.

A arrecadação governamental também caiu. "O mercado expressou otimismo inicial com o contingenciamento", diz André Valério, também economista sênior do Inter. "Os comentários subsequentes do Ministro da Fazenda geraram desânimo e apagaram a queda do dólar, ao externar preocupação acerca da queda de arrecadação gerada pela greve da Receita Federal."

Os investidores ainda estão de olho nos EUA. Os mercados repercutem a aprovação de um projeto de lei, pela Câmara dos Deputados americana, para cortes de impostos que devem acrescentar cerca de US$ 3,8 trilhões à dívida americana, hoje de US$ 36,2 trilhões, o que preocupa o mercado financeiro. "O mercado está navegando entre sinais positivos domésticos e incertezas fiscais internacionais, resultando em volatilidade nos ativos brasileiros", diz Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos

As preocupações com a sustentabilidade fiscal dos EUA e o impacto potencial nas taxas de juros globais rapidamente mudaram o humor do mercado.
Sidney Lima

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