Ministro palestino relata 29 mortes relacionadas à fome entre crianças e idosos de Gaza
GENEBRA (Reuters) - O ministro da Saúde palestino disse nesta quinta-feira que 29 crianças e idosos morreram por ocorrências relacionadas à fome em Gaza nos últimos dias e que muitas outras milhares estão em risco.
A ajuda alimentar deve começar a chegar aos moradores de Gaza na quinta-feira, depois que Israel liberou os primeiros caminhões após um bloqueio de 11 semanas, mas autoridades palestinas e humanitárias dizem que é apenas uma fração do que é necessário.
"Nos últimos dois dias, perdemos 29 crianças", afirmou o ministro da Saúde palestino, Majed Abu Ramadan, aos repórteres, descrevendo-as como "mortes relacionadas à fome". Mais tarde, ele esclareceu que o total inclui idosos e crianças.
Solicitado a reagir a comentários anteriores do chefe de ajuda da ONU à BBC de que 14.000 bebês poderiam morrer sem ajuda, ele disse: "O número 14.000 é muito realista, talvez esteja até subestimando (a escala)."
Israel impôs bloqueio a todos os suprimentos em março, alegando que o Hamas estava confiscando suprimentos para seus combatentes – uma acusação que o grupo nega. No início deste mês, um grupo global de monitoramento da fome afirmou que meio milhão de pessoas na Faixa de Gaza enfrentam situação de fome.
Abu Ramadan disse que apenas sete ou oito hospitais dos 36 de Gaza estavam funcionando parcialmente e que mais de 90% dos estoques médicos estavam zerados devido ao bloqueio.
"Minhas informações são de que pouquíssimos carregamentos entraram em Gaza – de 90 a 100 caminhões, e nas zonas sul e central."
Questionado se havia suprimentos médicos entre eles, ele respondeu: "Pelo que eu sei... é apenas farinha para padarias."
(Reportagem de Emma Farge)
