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Enfermeira é morta a facadas pelo ex-marido dentro de posto de saúde no interior de SP

29/05/2025 12h43

Uma enfermeira de 40 anos foi morta a facadas pelo ex-marido, nesta terça-feira, 27, quando trabalhava em uma unidade de saúde, em Avaré, no interior de São Paulo. O homem invadiu a unidade e trancou a porta da sala de atendimento onde a ex-mulher estava sozinha. Atingida por vários golpes, Márcia de Fátima Meira foi socorrida, mas não resistiu. O suspeito foi preso em flagrante. A reportagem não consegui contato com a defesa dele.

O crime aconteceu durante o expediente no Posto de Saúde Vera Cruz, onde a enfermeira trabalhava. O ex-marido, o fisioterapeuta Tani Roberto Neres Meira, de 40 anos, entrou pelo portão lateral do prédio, foi até a recepção e esperou o momento em que a enfermeira ficou sozinha na sala para invadir o local. Ele usava boné e bermuda. De acordo com a prefeitura, a vítima foi socorrida com ferimentos graves no abdômen, mas não resistiu, mesmo após ar por cirurgia.

Segundo o registro policial, Márcia foi atingida por facadas no tórax, na barriga e nos braços. Ela tinha sido casada com o fisioterapeuta por 20 anos. Ele foi preso por policiais militares quando ainda estava no local do crime. A faca usada no crime e o celular dele foram apreendidos. O suspeito ou por audiência de custódia e foi mantido na prisão.

A prefeitura decretou luto oficial de três dias e, em razão do ocorrido, suspendeu o atendimento na unidade de saúde até a sexta-feira, 30. "A Prefeitura da Estância Turística de Avaré pede a compreensão de toda a população", diz, em comunicado.

O corpo de Marcia foi velado e sepultado nesta quarta-feira, 28, no Cemitério Municipal de Avaré. "Mãe, enfermeira dedicada e respeitada por colegas e pacientes, Márcia foi atacada dentro do próprio local de trabalho - a Unidade Básica de Saúde Dra. Maria Da Glória Novaes Ramires Ferreira, no bairro Vera Cruz - pelo ex-marido, em mais um doloroso caso de feminicídio. Sem nenhuma chance de defesa", diz a nota da prefeitura.

A enfermeira deixou uma filha. O prefeito Roberto Araújo (PL) se manifestou em redes sociais. "Márcia era luz, cuidado, empatia. Uma profissional comprometida e uma mulher que jamais será esquecida. Este luto é de todos nós. Estamos arrasados. A Prefeitura se une à família e à população, que hoje choram a perda de uma mulher que dedicou a vida a cuidar dos outros", diz o texto.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP), o caso foi registrado como violência doméstica e feminicídio na Delegacia Seccional de Avaré.

Feminicídio no Brasil

A Lei do Feminicídio (Lei 13.104/2015), que tipifica o assassinato de mulheres por razões de gênero como crime hediondo, completou dez anos no dia 9 de março último. A lei é reconhecida como um marco na proteção das mulheres.

Conforme estatística da SSP, de janeiro a março deste ano foram registrados 61 feminicídios no estado de São Paulo. Destes, 34 aconteceram no interior. No ano ado, no mesmo período, foram 75 casos no estado.

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